sábado, 18 de julho de 2009

Voltando para Cusco


Continuando o dia 05/07, o David e eu subimos aquela ladeira infeliz em direção ao La Cabaña para pegar as nossas coisas. Quando íamos subindo, passou um cara e falei pro David assim: "ei, aquele ali é o carregador do La Cabaña. Vamos acabar descendo sozinhos as coisas". Hehehe... Dito e feito! Quando a gente chegou, perguntei se tinha alguém que pudesse nos ajudar até a estação de trem. Então, a moça falou que estava sozinha e não tinha como nos ajudar. Quase chorei! Hahaha... Poxa, o David colocou uma mochila na frente e outra nas costas. E eu fui levando duas bolsas. As coloquei de um jeito que pensei que fosse ser fatiada pelas alças, como um salmão pra sushi, de tão pesadas que elas estavam. Chegamos lá quase mortos e a Danielle ainda quis tirar uma foto. Hahahaha... Claro que no caminho fizemos alguns pit-stops e eu ainda fui encorajada por uma senhora que estava sentada numa calçada. Peruanos, via de regra, são muito simpáticos com brasileiros. Enfim, pudemos sentar-nos e descansar. O nosso trem ia demorar um bocadinho e, infelizmente, não era o Vistadome Valley, e, sim, o Backpacker. Enquanto isso, a Danielle começou a analisar as razões pelas quais as pessoas tinham feito essa viagem e era tudo comédia! Confesso que eu estava com medo de que algum protagonista falasse português. Hahahaha... Para um cara "x", ela dizia que ele pensou assim: "minha mulher me deixou, então, vou comprar umas roupas radicais na Arco e Flecha e parecer um boy e viajar". A gente morria de rir e, por ironia do destino, o tal cara estava no nosso voo de volta pra São Paulo! Eu estava só com uma blusa de tec dry mas começou a esfriar em Aguas Calientes. Vesti o meu famoso casaquinho com lhamas estampadas enquanto não começavam a chamar pro embarque. Deu a hora de embarcar e a pior parte foi descobrir que eu teria de levar a minha "pequena" mochila nas pernas, assim como o David. Sentei ao lado de uma americana bastante simpática e nós passamos a viagem conversando. A primeira gentileza dela foi trocar de lugar comigo, pois ficando na janela, seria mais fácil de me apoiar e levar a mochila. Conversamos sobre as barreiras impostas pelos americanos para os estrangeiros que lá chegam. Ela também passou pela Bolívia e me contou que precisou pagar por um visto especial lá, enquanto que lhe falei que não passei por isso e que a migração boliviana foi demasiadamente gentil conosco. Seu nome é Jessica Raynor, minha xará. Conversamos, ainda, sobre el paro, a bendita paralisação dos trabalhadores peruanos que estava nos tirando o sono. Trocamos email e nos despedimos na estação de Ollantaytambo. Ela já tinha uma van com o nome de "Lucy", esperando por ela e pelos amigos. Nós tínhamos de achar uma, o que foi bastante simples e fácil. Apenas chegamos ao final da estação e lá estavam várias vans, loucas para conseguir clientes para transportar até Cusco. Pegamos a que estava mais próxima de sair e tratamos logo de tomar um dramin, a Danielle e eu. Vomitamos muito da última vez que pegamos a tal estrada de Cusco para Ollantaytambo e como íamos voltar pelo mesmo caminho... Prometi a mim mesma que, dada a partida da van, só abriria os olhos quando chegasse a Cusco. E assim fiz. Quando a Danielle me perguntou se estava bem, respondi que sim, mas de olhos fechados. Só os abri quando a gente estava chegando à Plaza de Armas. Meu D-us, como eu agradeci por ter chegado sem vomitar! Ainda mais que eu estava no fundo da van! Descemos e o frio estava de matar congelado. Foi o dia em que senti mais frio no Peru. Estava quase como La Paz! Pegamos um táxi para o Carlos V e a Danielle e o David subiram logo. Eu fiquei conversando com os caras da recepção, atrás de saber se havia alguma pizzaria por perto e que fizesse entrega em domicílio. Até que meu corpo é resistente pra frio, mas naquele dia, o cansaço ajudou e eu não aguentei mais sair do hotel. Passados uns minutos, o David desceu e disse que ia ao McDonalds. Falei que tinha resolvido pedir uma pizza e ele foi lá. Fui pro quarto e tirei as botas. Alívio... Nunca achei um aquecedor tão necessário. Em pouco tempo, o rapaz da pizza bateu na porta e o coitado estava muito ofegante. Andar à noite, em Cusco e em La Paz, tem o condão de deixar uma pessoa facilmente sem ar. Decidi comer antes do banho, devido à fome grande. Depois, fui tomar um banho bem quentinho e assistir a tv. Não deixava de passar pela minha cabeça que a minha viagem estava acabando... Melhor dormir que pensar.

1 comentários:

Unknown disse...

Jessica, como estávamos tão cansados na volta para Mossoró, acabei esquecendo de agradecer pela amizade e paciência com a gente (rs)! Acho que essa viagem ficará guardada para sempre e foi muito bom fazê-la com a sua companhia.
Espero que tenhamos outras oportunidades como essa, a próxima está se desenhando para Portugal, oeste da Espanha e França. Nada dispendioso, mas agora com menos pobres...rs...
Beijos e tudo de bom para vc!