sexta-feira, 24 de julho de 2009

A caminho de Lima - parte 1


No máximo, às 19:00 do dia 06/07, a comissária serviu o jantar que consistia em uma carne com arroz e uma minipizza. Se não me engano, você podia escolher entre Coca-cola e Inka Cola, nas opções de refrigerante. Eu não comi a carne. Antes de tudo, a minha mesinha, depois de montada e presa à poltrona, ficou muito inclinada. E comer carne com talhares de plástico e num ônibus balançando era um malabarismo sem o qual eu poderia sobreviver. Era carne! Comi a minha minipizza e a do David. Não estava preocupada porque eu tinha comprado biscoitos amanteigados e batatas fritas em Cusco, então, fome eu não iria passar. Ah, como fazia tempo que eu não comia aqueles biscoitinhos, mesmo no Brasil! Engraçado que em Cusco, os encontrei num mercadinho e, no Brasil, a gente só encontra em grandes supermercados ou delis, para não falar do preço. O ônibus era brasileiro, fabricado pela Busscar, excelente. Minha poltrona era a primeira da fila de apenas uma poltrona, no piso inferior. O David e a Danielle ficaram na fila dupla, ao lado. Na minha frente, tinha um mostrador indicando a temperatura interna, a hora e, pasmem: a disponibilidade do WC. Os dois tiraram onda comigo, dizendo que iam me consultar sempre para saber se o banheiro estava ocupado ou não. Eu não gosto muito de relógios porque me deixam ansiosa. Tentei olhar o mínimo possível para ele. A pior coisa da viagem foi dormir com a bolsa que eu tinha comprado em Pisaq, nos meus pés, cheia de coisas. Não dava para despachar para o bagageiro do ônibus sob o risco de quebrar as lembranças que eu tinha comprado. Para completar, a poltrona tinha aquele encosto para os pés, o que dificultava a questão do espaço. O ônibus, por ter dois andares, era baixinho aindaº que para mim. Quando eu me levantava, invariavelmente, batia a cabeça no teto, uma vez que as poltronas ficavam numa espécie de nível e bem mais altas que o corredor. A temperatura, dentro do ônibus, ia de 23ºC a 28ºC (quando houve um problema na climatização). Era mais do que agradável, considerando que a manta que nós tínhamos recebido não ia adiantar muito se tivéssemos de enfrentar a real temperatura de Cusco. Só ficamos um pouco sem ar quando houve o dito problema no climatizador. A comissária também nos entregou um kit para higiene bucal. O café da manhã foi tranquilo. Não montei a porcaria da mesa e ainda bem que a comissária não encheu o saco. Tinha iogurte, misto e uma coisa lá que não comi nem sei o nome exato. Também ganhamos balinhas de limão, boas para enjoo. Na hora do café, exibiram um dvd de episódios dos Looney Tunes, parodiando obras clássicas tanto da literatura quanto da música. Eu gostei. Aliás, o entretenimento, naquele ônibus, era melhor que em muitos aviões...

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