domingo, 11 de outubro de 2009

Saída para Recife II

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Chegamos a Natal (na verdade, o aeroporto fica em Parnamirim, município conurbado com a capital potiguar) um pouco antes do meio-dia. Levamos uma única mala e a minha mochila sem a qual dificilmente você vai me encontrar, e as coisas de praxe dentro dela. Fizemos o check-in logo e fomos passar uns minutinhos no mirante. Depois que o mau humor e nervosismo cessaram, a fome bateu. Comemos no Bob's do Augusto Severo. Sempre preferirei o ovomaltine do Bebelu. Amém. A espera foi longa, posto que nosso voo só sairia às 16:50h. O negócio era entrar na sala de embarque, pois eu tinha certeza de que encontraria duas espreguiçadeiras para nós. Assim fizemos. Quando estávamos nos acomodando, fomos surpreendidas por uma moça muito simpática, representando uma seguradora de viagem. Ela foi tão amável que sucumbi. Também lembrei que não tinha contratado nenhuma e achei pertinente. Pouco a pouco, a sala de embarque foi ficando lotada e eu me sentindo mal com tanta gente em tão pouco espaço. Ficamos muito inquietas com o calor e a quantidade de pessoas fazendo barulho. Já não dava pra descansar. Ficamos andando e tivemos a péssima ideia de tomar um café numa Santa Clara da sala de embarque. Minha nossa! Pedi um café irlandês e eles pegaram um normal e meteram Teacher's dentro! Imaginem o sabor! Não era desse jeito, definitivamente! Whisky, sim, mas não apenas isso e muito menos sem medida. O chocolate quente da minha irmã também estava desprezível. Essa odisseia terminou com a chamada para embarque. O voo foi tranquilo e lindo, posto que podíamos ver o pôr-do-sol nas alturas, bem como tinha planejado. Durou meia hora. Desembarcamos no Aeroporto Internacional dos Guararapes, enorme e muito lindo, por sinal. Meu primo Sávio nos buscou e fomos para a casa dele. Estávamos muito cansadas. Tomei banho, comi e dormi cedo (raro!), como uma pedra.

De saída para Recife

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Acordamos às 05:00h do dia 08 de outubro, a fim de nos arrumarmos e esperarmos o taxista que nos levaria de Mossoró a Natal-RN. O dito homem só veio passar aqui depois das 07:00h e, como ele tinha mais um passageiro (e chato, diga-se de passagem) o qual nós esperamos um bom tempo, saímos, efetivamente, às 08:00h, de Mossoró. De fato, se não for contraproducente (mais caro e mais tempo), compensa deixar de ir a Fortaleza (perfeita!) e se contentar com o Aeroporto Augusto Severo, de Natal (dá pro gasto). A maior vantagem de todas é a estrada. Muito bem cuidada e, por esses dia, já a estavam "recauchutando". Outro ponto, é o tamanho do aeroporto que, de tão pequeno, não dá trabalho nenhum para localizar guichê de companhia, muito menos portões e salas de embarque. Ah, um ponto a mais pelas ótimas espreguiçadeiras (façamos justiça). O detalhe de termos de esperar um bom tempo com interdições parciais da estrada, ter de acordar cedíssimo quando se tem insônia e ainda ter de perder um tempão por causa da criatura que insistiu em gastar tempo demais comendo numa lanchonete de beira de estrada causaram em mim um mau humor quase fulminante. Foi aí que percebi que um dia a mais em Mossoró e eu teria feito a profecia Maya acontecer à força. Porque, quando você não vê mais razões para permanecer onde está e tudo o que deseja é deixar tudo para trás e você não pode, tem, pelo menos, de fingir que dá para sair pelo meio do mundo sem outro compromisso a não ser a sua própria liberdade, ainda que por uns dias. Embora não sendo tão longe, esta viagem tem sido um bálsamo, por tudo o que tem acontecido. E, de uma forma divina, tudo tem dado certo. Aqui, em Recife, posso escolher desde sinagoga a Bienal, jogo do Palmeiras, praias com e sem tubarões etc...

domingo, 20 de setembro de 2009

Enquanto a Argentina não vem...

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O conhecido mês do desgosto (agosto) não foi diferente para mim. Minha melhor amiga (Danielle) vai embora para Manaus. O David foi transferido e eles irão de vez no dia 1º de outubro. Desde então, minhas olheiras e meus cabelos brancos são mais notáveis que nunca, assim como a minha tristeza. Tem sido muito difícil para todo mundo. Não vou ver a minha sobrinha Sofia nascer... A partir disso, surge uma questão: planejar uma visita. Eles querem (e eu também!) que eu vá na "semana santa" do próximo ano, pondo em xeque meus planos quanto à Argentina. Pode ser que sim, mas pode ser que não. Só vou saber realmente no próximo ano. PORÉM, enquanto a Argentina não vem, aproveitei uma tarifa promo da TAM e comprei Natal-Recife-Natal para mim e minha irmã. Estou bolando um roteiro chamado "Recife Judaico". Para quem não sabe, em Recife foi fundada a primeira sinagoga das Américas. E os judeus que saíram de lá após a expulsão dos holandeses e se dirigiram aos EUA fundaram a comunidade judaica de Nova York, todos sefarditas como nós duas. Devo estar fechando a programação até terça-feira e postarei aqui. Nossa viagem está marcada para o dia 08 de outubro e a volta, dia 13. Mais detalhes no próximo post.


domingo, 6 de setembro de 2009

Um novo rumo

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Depois de me conformar que tinha voltado à rotina e recomeçar a traçar metas, uma delas é o meu destino nas férias de junho/julho de 2010. Parece cedo mas, se considerarmos a minha renda de estagiária e que não sou nenhuma Abravanel ou Safra, melhor é começar a planejar desde já. O lugar escolhido foi a Argentina. O roteiro já está praticamente todo traçado. Pouco tempo depois de voltar de viagem, comprei o Rough Guide Argentina, uma vez que tínhamos utilizado o do Peru e da Bolívia. A Martha me recomendou o Lonely Planet Argentina. Pelo que pesquisei, é realmente muito interessante, afinal, são mais de 500 páginas esmiuçando o território argentino. Devo comprá-lo nas próximas semanas. O negócio é planejar e economizar. Algumas coisas já estão certas também: Natal-São Paulo-Buenos Aires-São Paulo-Natal/Fortaleza serão pela TAM e Buenos Aires-Mendoza e Ushuaia-Buenos Aires pela LAN. Mais uma novidade é que viajarei sozinha, haja vista que a Danielle e o David estarão cuidando da Sofia, que deve nascer em janeiro. Minha irmã Janine quer ir, mas até lá, não terei certeza de quem vai me acompanhar ou não. Esse período vai ser de muito trabalho já que terei de preparar minha monografia e apresentá-la no final do próximo semestre (9°) por mudança nas determinações da faculdade. Mais posts virão com os preparativos do Mochilão 2010 Argentina!

domingo, 9 de agosto de 2009

De Fortaleza a Mossoró

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Madrugada do dia 10/07... Tinha um garoto no voo que fazia muito barulho, bastante mimado, lá na frente. Porque, como dizem meus camaradas: nunca viaje da poltrona 20 para frente, pois você só vai encontrar criança e idoso. Já sem paciência, a Danielle impostou a voz e gritou para o menino calar a boca. Nós nos abaixamos, abafando o riso. Era a minha vez de gritar o meu cearense "deixa de 'zuada', menino!". Assim fiz. Dava para ver como as pessoas ficaram gratas por termos calado a boca do guri. E o voo seguia chacoalhando sem fim. Me deu fome. De madrugada, sinto fome demais. Nos serviram uns sanduíches naturais. Nossa, tava muito bom! A Danielle não quis o dela e eu acabei comendo dois. Era difícil dormir com aquilo balançando. Sem falar que sempre que eu tentava, passava alguém e batia em mim. Poxa! Os comissários passam com carrinhos e não batem na gente, aí, vem um filho da mãe sem nada e bate! Paciência! Quando desembarcamos em Fortaleza, fui ligar para minha mãe. Eram 03:30 do dia 10/07. Tudo o que eu queria é que ela me deixasse ficar na casa de uns primos, em Fortaleza, e evitar a BR 304, cheia de buracos e perigosíssima naquela hora. Adivinhem a resposta.. "Não". Daí nós brigamos e desliguei o telefone. Pronto, era a prova maior de que eu tinha voltado para a vida de clausura. Depois de toda essa odisseia para chegar ao Ceará, tomamos mais um táxi em direção a Mossoró-RN, na madrugada, mortos de tão cansados e sujos. Mais 4h de viagem numa estrada esburacada... Quando cheguei à minha casa, mal consegui me despedir do pessoal. Fui tomar banho e dormir. E esse é o fim da melhor viagem da minha vida.

sábado, 8 de agosto de 2009

Adios, Perú

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09/07... Uma noite muito mal dormida... Acordei bem antes de o serviço de despertador do hotel me ligar. Já tinha deixado quase tudo pronto. Só tinha de tomar banho, me arrumar, guardar poucas coisas e olhar debaixo dos móveis para ver se não estava esquecendo nada. Nossa, como eu estava desanimada! Nem o pânico de avião me importou. Desci antes dos meus amigos e tomei café no restaurante. Vesti a mesma roupa com a qual fiz o voo Natal-São Paulo, a mesma que tinha vestido em Mossoró. Não que eu não sentisse saudade dos meus pais e da minha irmã. Não era isso... Era apenas aquela ausência de regras, obrigações, satisfações a dar etc. Era a tal liberdade. Eu não pensaria duas vezes se me deixassem ficar. Passei muito tempo para escrever estas palavras porque até hoje, um mês depois, eu não pensaria 1/2 vez se pudesse ter ficado lá. Todos os dias revivo tudo o que passei na Bolívia e no Peru. Todos os dias penso em voltar. Gastamos uns 40min do hotel até o Aeropuerto Internacional Jorge Chávez, e todo esse tempo eu passei dando adeus ao Peru. Devia ser um feitiço inca. A Danielle também ficou muito triste. Ninguém, na verdade, queria voltar. Quando chegamos, fomos fazer o check-in no guichê da TAM. Depois, a Danielle passou um tempo num cyber da Telefonica. Estávamos terminando de comer no McDonald's quando começaram a chamar pro embarque. Estava tão chateada que nem me importei com o free shop, nem para comprar um Toblerone. A Danielle e o David ainda compraram uma garrafa de pisco, uma bebida tradicional do Peru. O voo de Lima a São Paulo foi o mais agradável de todos da viagem. Nada de turbulência, um ótimo almoço, comissários excelentes, manta, máscara e plugs de ouvido. Não tenho nada de que reclamar. Desembarcamos em Guarulhos na hora estimada e fomos fazer umas compras no free shop de São Paulo. Não adiantava mais chorar, eu estava de volta ao Brasil e em mais umas horinhas, estaria de volta ao Nordeste. Comprei uns perfumes, uns hidratantes e um iPod. O David e a Danielle compraram tanta coisa que a gente sabia que ia dar um trabalho dos diabos pra embarcar, já que teriam de ser "bagagem de mão" se a gente quisesse que as coisas chegassem inteiras. A sorte é que eles ganharam uma bolsa da Calvin Klein e a gente conseguiu colocar uns litros dentro. Deviam ser umas 19:00 quando chegamos e devemos ter gastado outras 2 horas nas compras. Depois disso, fomos para a sala VIP do American Express, esperar o nosso voo. Lá, ficamos conversando e aproveitando o ótimo serviço de buffet. Tentamos usar os computadores mas eles não estavam abrindo as páginas direito, daí, desistimos. O nosso voo para Fortaleza era de meia-noite, tínhamos um tempo considerável para tentarmos nos entreter na sala. Algumas pessoas assistiam a tv, mas eu preferi me esparramar num sofá. O cansaço era grande. Tinha acordado muito cedo e no Peru são duas horas a menos, de um jeito ou de outro você sente um certo impacto. A sala fechava às 23:oo, bem a tempo de começarem a chamar pro embarque. Antes de entrar na sala de embarque, tomamos um susto quando o David disse que tinha perdido a carteira. A gente revirou umas coisas mas não havia sinal dela. Ele foi correndo até a sala VIP mas já estava totalmente fechada. Por D-us que a carteira estava dentro de uma das bolsas. Quando íamos entrar para embarcar, houve um problema na leitura do código de barra das passagens. Acho que porque devia estar apenas Lima-São Paulo. Mas a Danielle resolveu isso no guichê da TAM em dez minutos. A pior parte foi embarcar, porque desta vez não era através de ponte de embarque e, sim, pegando bus até a escada do avião. De lascar! Mais uma vez o David se superou no levantamento de peso e ainda subindo escadas! Quando finalmente sentamos, estávamos suados, cansados e tristes. Com tudo isso, ainda não consegui dormir. O voo inteiro foi de turbulência. Já sabia que ia ser assim...

Nos despedindo de Lima II

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Continuando na noite do dia 08/07... Depois do Circuito Mágico del Agua, era hora de comer alguma coisa no Sheraton. Continuei na ótima companhia das peruanas e começamos a falar de Direito Constitucional. Perguntei se conheciam o Dr. Paulo Bonavides, o maior expoente da área no Brasil e no mundo. Daí, me fizeram conversar com o pai da Kathy pelo celular, pois ele, o juiz constitucional Gerardo Eto, sabia até que o Dr. Paulo Bonavides morava em Fortaleza e já tinha participado de uma homenagem feita para ele, no Peru. O homem era muito simpático e estava muito entusiasmado. Contei que era discípula do Dr. Paulo Lopo Saraiva, melhor amigo do Bonavides e que já tinha tido a honra de tê-lo no lançamento do nosso guia constitucional pela faculdade. Fiquei muito feliz por esse intercâmbio jurídico que não poderia ter sido mais prazeroso! Após o Sheraton, voltamos ao ônibus e pedi para sentar ao lado da Kathy, ao que ela disse sim. Ela me contou que ia fazer uma cirurgia no dia seguinte, nos olhos. A mãe dela não aguentou o frio e foi para a parte de baixo do bus. A Danielle estava morrendo de frio. A Kathy também demonstrava estar tremendo. O David e eu estávamos aguentando numa boa. Lima não podia ser mais fria que La Paz ou Cusco. A tia dela também era muito simpática e, como eu, estava doida para tomar uma Corona com limão desde que estávamos no Sheraton. O passeio estava sendo melhor do que eu poderia ter esperado. Tudo estava bem até que a tia da Kathy se virou e nos alertou para que nos abaixássemos. O ônibus passou por uns fios elétricos baixos demais e muita gente entrou em pânico, inclusive uma moça que preferiu se jogar no chão. A Kathy e eu estávamos tão entretidas na conversa que nos abaixamos sem criar caso. E só quando o ônibus parou e a guia subiu, apavorada, foi que percebemos que por pouco não tínhamos morrido todos eletrocutados. Mas que importava?! Era o fim da nossa viagem e tudo podia acontecer, inclusive nada! Quando chegamos ao final do passeio e descemos na Plaza Kennedy, a Kathy e eu trocamos email e ela queria que eu a acompanhasse em uma balada, mas lhe contei que era meu último dia em Lima e teria de acordar muito cedo para ir ao aeroporto. Nessa hora, as três me abraçaram e nos despedimos.

Nos despedindo de Lima

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No dia 08/07, exatamente um mês atrás, acordei bastante depressiva e já era hora do almoço. Desci e comi no pequeno restaurante do hotel mesmo. Pedi um spaghetti e fiquei assustada com a quantidade que veio. Era demais até para quem estivesse com apetite. A Danielle e o David tinham saído para comer. Na volta, eles disseram que tinham batido muito na porta e eu não tinha ouvido. Dormi com os plugs de ouvido e com o rosto todo coberto, por isso não ouvi nada. Ou talvez, meu sono estivesse realmente muito pesado, e isso é raro. Minha tristeza era voltar para casa... Deixar aquela minha liberdade e independência e voltar para as rédeas da minha família conservadora. Sabe que nesse dia eu nem lembrei de feijão?! Independência e liberdade certamente eram o alimento de que minha alma precisava. Depois voltei para o quarto. Daí, o David e a Danielle, que tinham saído de novo, começaram a me ligar. "Llamada del Sr. David". Me chamaram para ir até a Plaza Kennedy, em Miraflores, para fazermos um tour num daqueles ônibus vermelhos e com assentos no teto. Primeiro, disse que não ia, que estava desanimada e praticamente sem soles. Mas eles acabaram me convencendo, depois de umas três ligações. Me pediram que os encontrasse na Starbucks em frente à Plaza Kennedy. Assim, fui tomar banho e me arrumar. Peguei um táxi e fui encontrá-los. Passamos um tempo na Starbucks e seguimos para a Plaza Kennedy, onde há uma feirinha de artesanato muito famosa, enquanto não chegava a hora de subir no bus. A hora chegou. Subimos e esperamos uma espécie de parada passar pela rua antes de darmos início ao tour. Encontramos uns brasileiros que tinham acabado de chegar a Lima. Nessa hora, meu coração doeu um pouquinho... Eles acabavam de chegar e eu ia embora no dia seguinte... Porém, era hora de aproveitar... Esse passeio dava direito a entrada no Circuito Mágico del Agua e um lanche no Sheraton Lima, além de conhecer a parte boa da cidade. Não tenho como reduzir a palavras toda aquela belíssima arquitetura presente em Lima. Não dá para descrever a influência italiana, francesa e o próprio trabalho dos peruanos na construção de palácios tão bonitos... Quando chegamos ao Circuito Mágico del Agua, tive de arranjar um par. Então, como a Danielle sempre dizia, eu não pude deixar de interagir! Fiz amizade com umas peruanas. E o melhor de tudo isso é que uma delas era advogada e casada com um magistrado do Tribunal Constitucional de lá, dessa forma, pude conversar sobre Direito com ela. Eram três, a advogada, uma irmã dela e a filha, chamada Kathy, estudante de Administração Hoteleira. Acabei fazendo o passeio do Circuito Mágico com elas, conversando sobre o Brasil e convidando-as para conhecer nossas praias. Enquanto conversávamos, conheci as fontes mais lindas que já vi na vida... Muitos tipos e com iluminações variadas... A mais engraçada de todas foi a do labirinto. Você tinha de chegar ao cerne sem se molhar e sem pular o caminho. O ruim é que constantemente você era surpreendido por um jato de água. A Danielle e o David foram. Eu fiquei do lado de fora, morrendo de rir com as minhas novas amigas...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Chegando a Lima

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No dia 07/07, algumas pessoas desceram na parada de Nazca e outras poucas subiram. Uma coisa que me chamou a atenção no ônibus é que eles fazem bingo. Os números da cartela são como abas as quais você dobra, em vez de marcar com caneta. Eu não participei porque tive medo de enjoar. Não consigo ler em veículos mais que por 5min, antes de sentir náuseas. O prêmio era uma passagem Lima-Cusco. O David e outro cara ganharam. Daí, como nós não íamos voltar para Cusco mesmo, o David deu a cartela dele para um rapaz. Ele foi até a cabine e fizeram um sorteio entre ele e um senhor que também tinha ganhado. Infelizmente, o jovem não venceu daquela vez. Mas todo mundo do piso inferior ficou satisfeito com a decisão do David. Passado um tempo, o ônibus para e a gente fica sem entender o porquê. Era o começo das manifestações de El Paro. A Danielle ficou muito assustada, com medo de que saqueassem o nosso ônibus. Todos ficamos meio tensos. Afinal, com uma boa quantidade de manifestantes na estrada, bloqueando-a, e o pedido de que fechássemos as cortinas, algo de ruim estava acontecendo ou na iminência de acontecer. Eu tentei rir e não pensar que de 18h de viagem, iríamos para 22h, batendo o recorde de São Paulo-Corumbá, na previsão da comissária. Embora estivesse triste por ser o começo do fim da viagem, chegar a Lima o mais rápido possível seria o alívio de que eu precisava. Tiveram de chamar a polícia em um dos trechos, segundo o que nos informaram. Em outros locais, desconfiei que o motorista pudesse ter dado alguma propina. E talvez tenha sido a solução. Tudo isso nos fazia imaginar como estaria em Lima. A melhor parte da viagem foi ver o Pacífico... Como eu esperei por aquele momento! Ao chegarmos a Lima, entendemos de vez que, no Peru, os ônibus parecem partir de suas garagens e não de terminais coletivos. Pegamos nossa bagagem e um táxi, cujo motorista prontamente nos indicou um hotel no bairro Lince/Santa Beatriz chamado Villa Roma. Gostei do local e das recepcionistas. Ainda tinha um pc lá, não tão bom, mas à disposição para quem quisesse usar a internet. Tv a cabo, boiler, cama bem confortável... Muito bonzinho. Depois de tomar um banho decente no hotel, era hora de conhecermos um pouco mais de Lima e, com sorte, encontrar um bom restaurante de comida brasileira. Para a nossa alegria, encontramos o Media Naranja - Brasileiro, um restaurante que até cachaça tinha. Cada um pediu um famoso PF. Acho que foi a carne mais saborosa que comi na viagem inteira. Sou sincera a dizer que não precisei me esforçar para comê-la, como nas outras ocasiões, à exceção do La Estancia, também. Feijão preto, o meu favorito... Salada! Arroz... Foi muito interessante a forma como nós ficamos felizes com aquela comida. Parecíamos uns bobos. Não comíamos feijão havia mais de vinte dias. O tempero... Era tudo tão familiar! Foi um jeito de perceber que, nem sempre, voltar para casa é tão ruim assim...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A caminho de Lima - parte 1

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No máximo, às 19:00 do dia 06/07, a comissária serviu o jantar que consistia em uma carne com arroz e uma minipizza. Se não me engano, você podia escolher entre Coca-cola e Inka Cola, nas opções de refrigerante. Eu não comi a carne. Antes de tudo, a minha mesinha, depois de montada e presa à poltrona, ficou muito inclinada. E comer carne com talhares de plástico e num ônibus balançando era um malabarismo sem o qual eu poderia sobreviver. Era carne! Comi a minha minipizza e a do David. Não estava preocupada porque eu tinha comprado biscoitos amanteigados e batatas fritas em Cusco, então, fome eu não iria passar. Ah, como fazia tempo que eu não comia aqueles biscoitinhos, mesmo no Brasil! Engraçado que em Cusco, os encontrei num mercadinho e, no Brasil, a gente só encontra em grandes supermercados ou delis, para não falar do preço. O ônibus era brasileiro, fabricado pela Busscar, excelente. Minha poltrona era a primeira da fila de apenas uma poltrona, no piso inferior. O David e a Danielle ficaram na fila dupla, ao lado. Na minha frente, tinha um mostrador indicando a temperatura interna, a hora e, pasmem: a disponibilidade do WC. Os dois tiraram onda comigo, dizendo que iam me consultar sempre para saber se o banheiro estava ocupado ou não. Eu não gosto muito de relógios porque me deixam ansiosa. Tentei olhar o mínimo possível para ele. A pior coisa da viagem foi dormir com a bolsa que eu tinha comprado em Pisaq, nos meus pés, cheia de coisas. Não dava para despachar para o bagageiro do ônibus sob o risco de quebrar as lembranças que eu tinha comprado. Para completar, a poltrona tinha aquele encosto para os pés, o que dificultava a questão do espaço. O ônibus, por ter dois andares, era baixinho aindaº que para mim. Quando eu me levantava, invariavelmente, batia a cabeça no teto, uma vez que as poltronas ficavam numa espécie de nível e bem mais altas que o corredor. A temperatura, dentro do ônibus, ia de 23ºC a 28ºC (quando houve um problema na climatização). Era mais do que agradável, considerando que a manta que nós tínhamos recebido não ia adiantar muito se tivéssemos de enfrentar a real temperatura de Cusco. Só ficamos um pouco sem ar quando houve o dito problema no climatizador. A comissária também nos entregou um kit para higiene bucal. O café da manhã foi tranquilo. Não montei a porcaria da mesa e ainda bem que a comissária não encheu o saco. Tinha iogurte, misto e uma coisa lá que não comi nem sei o nome exato. Também ganhamos balinhas de limão, boas para enjoo. Na hora do café, exibiram um dvd de episódios dos Looney Tunes, parodiando obras clássicas tanto da literatura quanto da música. Eu gostei. Aliás, o entretenimento, naquele ônibus, era melhor que em muitos aviões...

domingo, 19 de julho de 2009

Deixando Cusco

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Dia 06/07, nossa última manhã em Cusco... Gostei muito daquela cidade. Não sei o porquê, mas me lembrou Canoa Quebrada, no Ceará. Talvez fosse pela questão da massa de turistas e pelo fato de a cidade viver exclusivamente disso. Bares e restaurantes com os mais variados temas e aquela sensação de poder andar pelas ruas, a qualquer hora, sem medo. Aquela arquitetura colonial brindando os olhos dos transeuntes, as ruínas dos incas, o calor do povo atenuando as baixas temperaturas... Definitivamente, sinto falta de Cusco. Acordamos, tomamos café e fizemos o check out, embora tenhamos deixado nossa bagagem guardada no Carlos V. Fomos a um cybercafé, depois, decidimos caminhar um pouco até que chegasse a hora do almoço. Incrível como os peruanos adoram carne e em pedaços enormes. Continuei com o pacto de ser carnívora mas me arrependi quando vi o tamanho da chuleta. A melhor parte do meu almoço foi a banana split. A Danielle e o David gostam de carne, porém, também se admiraram com o tamanho do que era um "plato personal". Passamos um tempinho no restaurante que tinha uma ótima vista para a Plaza de Armas. Sabíamos que teríamos de nos entreter pelo centro de Cusco até as 17:00, quando seria a hora de pegar as coisas no Carlos V e ir à garagem da Cruz del Sur, pegar o ônibus para Lima. Bateu uma tristeza por deixar um lugar tão aconchegante. Acho que é opinião geral que o pessoal do Carlos V nos tratou bem demais. Sem falar que a estrutura, por si só, já gera um ótimo conceito. Lembro, como se fosse hoje, a forma como fiz rir à encarregada da tarde/noite de lá, pedindo desconto, assim que chegamos. Era hora de deixar Cusco e pensar que a capital do Peru seria o próximo e último lugar a visitar, o que aumentava ainda mais a tristeza da gente. Assim, pedimos que nos chamassem um táxi para irmos até a Cruz del Sur, como a derradeira gentileza. Quando chegamos lá, tivemos de trocar os nossos boletos da internet por outros. E isso nos estressou demais, uma vez que a única atendente era uma lesa antipática e só faltava meia hora para a partida. Feito isso, hora de embarcar. Revistaram nossas coisas com detector de metal e a comissária me ajudou a subir com a minha bagagem de mão. Passados uns minutos, entra o guarda do detector com uma câmera na mão, nos obrigando a sorrir. Ainda fiz uma brincadeirinha, falando "derecho de imagen negado", mas não teve jeito. O cara só se aquietou quando eu olhei pra câmera. O ônibus partiu e Cusco foi ficando para trás... Saudades.


sábado, 18 de julho de 2009

Voltando para Cusco

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Continuando o dia 05/07, o David e eu subimos aquela ladeira infeliz em direção ao La Cabaña para pegar as nossas coisas. Quando íamos subindo, passou um cara e falei pro David assim: "ei, aquele ali é o carregador do La Cabaña. Vamos acabar descendo sozinhos as coisas". Hehehe... Dito e feito! Quando a gente chegou, perguntei se tinha alguém que pudesse nos ajudar até a estação de trem. Então, a moça falou que estava sozinha e não tinha como nos ajudar. Quase chorei! Hahaha... Poxa, o David colocou uma mochila na frente e outra nas costas. E eu fui levando duas bolsas. As coloquei de um jeito que pensei que fosse ser fatiada pelas alças, como um salmão pra sushi, de tão pesadas que elas estavam. Chegamos lá quase mortos e a Danielle ainda quis tirar uma foto. Hahahaha... Claro que no caminho fizemos alguns pit-stops e eu ainda fui encorajada por uma senhora que estava sentada numa calçada. Peruanos, via de regra, são muito simpáticos com brasileiros. Enfim, pudemos sentar-nos e descansar. O nosso trem ia demorar um bocadinho e, infelizmente, não era o Vistadome Valley, e, sim, o Backpacker. Enquanto isso, a Danielle começou a analisar as razões pelas quais as pessoas tinham feito essa viagem e era tudo comédia! Confesso que eu estava com medo de que algum protagonista falasse português. Hahahaha... Para um cara "x", ela dizia que ele pensou assim: "minha mulher me deixou, então, vou comprar umas roupas radicais na Arco e Flecha e parecer um boy e viajar". A gente morria de rir e, por ironia do destino, o tal cara estava no nosso voo de volta pra São Paulo! Eu estava só com uma blusa de tec dry mas começou a esfriar em Aguas Calientes. Vesti o meu famoso casaquinho com lhamas estampadas enquanto não começavam a chamar pro embarque. Deu a hora de embarcar e a pior parte foi descobrir que eu teria de levar a minha "pequena" mochila nas pernas, assim como o David. Sentei ao lado de uma americana bastante simpática e nós passamos a viagem conversando. A primeira gentileza dela foi trocar de lugar comigo, pois ficando na janela, seria mais fácil de me apoiar e levar a mochila. Conversamos sobre as barreiras impostas pelos americanos para os estrangeiros que lá chegam. Ela também passou pela Bolívia e me contou que precisou pagar por um visto especial lá, enquanto que lhe falei que não passei por isso e que a migração boliviana foi demasiadamente gentil conosco. Seu nome é Jessica Raynor, minha xará. Conversamos, ainda, sobre el paro, a bendita paralisação dos trabalhadores peruanos que estava nos tirando o sono. Trocamos email e nos despedimos na estação de Ollantaytambo. Ela já tinha uma van com o nome de "Lucy", esperando por ela e pelos amigos. Nós tínhamos de achar uma, o que foi bastante simples e fácil. Apenas chegamos ao final da estação e lá estavam várias vans, loucas para conseguir clientes para transportar até Cusco. Pegamos a que estava mais próxima de sair e tratamos logo de tomar um dramin, a Danielle e eu. Vomitamos muito da última vez que pegamos a tal estrada de Cusco para Ollantaytambo e como íamos voltar pelo mesmo caminho... Prometi a mim mesma que, dada a partida da van, só abriria os olhos quando chegasse a Cusco. E assim fiz. Quando a Danielle me perguntou se estava bem, respondi que sim, mas de olhos fechados. Só os abri quando a gente estava chegando à Plaza de Armas. Meu D-us, como eu agradeci por ter chegado sem vomitar! Ainda mais que eu estava no fundo da van! Descemos e o frio estava de matar congelado. Foi o dia em que senti mais frio no Peru. Estava quase como La Paz! Pegamos um táxi para o Carlos V e a Danielle e o David subiram logo. Eu fiquei conversando com os caras da recepção, atrás de saber se havia alguma pizzaria por perto e que fizesse entrega em domicílio. Até que meu corpo é resistente pra frio, mas naquele dia, o cansaço ajudou e eu não aguentei mais sair do hotel. Passados uns minutos, o David desceu e disse que ia ao McDonalds. Falei que tinha resolvido pedir uma pizza e ele foi lá. Fui pro quarto e tirei as botas. Alívio... Nunca achei um aquecedor tão necessário. Em pouco tempo, o rapaz da pizza bateu na porta e o coitado estava muito ofegante. Andar à noite, em Cusco e em La Paz, tem o condão de deixar uma pessoa facilmente sem ar. Decidi comer antes do banho, devido à fome grande. Depois, fui tomar um banho bem quentinho e assistir a tv. Não deixava de passar pela minha cabeça que a minha viagem estava acabando... Melhor dormir que pensar.

domingo, 12 de julho de 2009

Continuação de MP (05/07)

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Passamos um tempo no que nos pareceu ser um ótimo lugar, afinal, até as lhamas estavam curtindo, depois de a gringa chata ter levado uma cuspida. Quando não deu mais para suportar a sede, fomos descendo em direção ao caminho do Wayna Picchu, onde nos disseram que havia água. Mas água aonde?! Devia ser nos lençóis freáticos... Não encontramos água e sim, pessoas cansadas e albergadas no que o David disse ter sido uma boate com três ambientes dos incas. Hehehe... A gente sentou num banco em um desses "ambientes". Pareciam duas paradas de ônibus, uma de frente para a outra, com um pátio no meio. Na outra "parada", estava um grupo de senhores de idade brasileiros mandando ver. Estavam com um guia e tinham mais energia que a gente. Após nos conformarmos que só encontraríamos água do lado de fora, continuamos a caminhar, desta vez procurando a saída. O negócio era, além de seguir as placas, consultar os guias, para evitar subir degraus desnecessários. O cansaço estava pegando e o caminho de volta parecia ter aumentado, assim como a altura dos degraus. Tinha hora que só sendo rebocada pelo David para subir... E o pessoal da terceira idade numa boa... Eles passaram de nós e a gente só poderia dizer para eles: "um dia, chegaremos lá!". Chegamos e fomos entregar o nosso ticket para ser carimbado. A lanchonete e o restaurante de lá exploram os turistas. 8 soles por um sorvete que não valia 4... A prova é tanta que muita gente leva comida pra lá. A gente nem lembrou disso. Tinha um pessoal sentado atrás de nós que levou pães e patê, e só devem ter comprado refrigerante. Nós almoçamos num restaurante lindo em Aguas Calientes mesmo, vendo a água de um riacho correr. O David que não quis comer, estava sem apetite. Terminado o almoço, era hora de gastarmos um tempo nas feirinhas antes de subirmos e descermos para a estação de trem...



Começando a desbravar Machu Picchu

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No dia 5, chegou a hora do sonhado momento de visitar as ruínas da Cidade Perdida dos Incas... Acordamos cedinho e tomamos café no La Cabaña, esperando que assim que chegássemos ao ponto de ônibus, não encontrássemos demora nem dificuldades para subir a MP. Como o esperado, compramos as passagens por um preço relativamente alto e subimos no ônibus. Encontramos umas brasileiras, visto que brasileiro você encontra em tudo o que é parte do mundo. Pelo caminho, percebiam-se várias pessoas que estavam indo a pé para Machu Picchu. Não passou pela minha cabeça fazer aquele percurso a pé sendo íngreme e estando tão fora de forma como eu estou. Também não íamos fazer a Danielle, grávida, subir aquilo sem ser de busão... Enfim, são trinta minutos até chegar à entrada do complexo que envolve MP. Durante a pequena viagem, você percebe que há "escadinhas" esculpidas nas rochas... Eram parte do caminho inca mesmo. Quando vi as tais escaleras, passou na minha cabeça um filme, como se eu visse um "inca-carteiro" subindo os degraus e desaparecendo no meio do mato, a fim de entregar a correspondência. Bem que poderiam ter tido essa finalidade, entre outras, as tais escadinhas no meio das rochas e do mato. Assim, ao chegarmos, procuramos o local onde os ingressos são vendidos e ganhamos um carimbo nos nossos passaportes. Que bom que eles concedem desconto para estudantes! Entramos e começamos a ver aquela paisagem que estampa vários cartões postais e que faz parte do capítulo de civilizações pré-colombianas dos livros de História. O Wayna Picchu estava lá, sob um sol escaldante (para os padrões da viagem), chamando a atenção de todos os mortais presentes. Para onde quer que você vá, o que lhe interessa é achar o melhor local de onde você possa admirar aquela pintura. Embora aquele dia tivesse sido planejado para ser o mais legal possível, mal entramos e a Danielle e eu acabamos nos desentendendo. Usei a minha velha tática: o silêncio e distanciamento. Quando duas pessoas são explosivas isso tende a acontecer. Fui subindo bem atrás dos dois, sem querer conversa. Os degraus são muitos e grandes, fazendo com que sejam necessários vários intervalos na caminhada, até pelo fato de poder observar as ruínas ao redor. O importante é fazer tudo no ritmo próprio. E assim fomos... Teve uma hora em que o David quis subir numas partes a leste e a Danielle não se animou, nem poderia. Daí, eu também não queria subir e acabei ficando de olho nela, meio que de longe, para ver se ela não se sentia mal nem aprontava nada, mesmo estando sem querer falar com ela. A essa altura, a sede já estava de matar. Tínhamos esquecido de comprar água e foi até bom, para evitar que esquecêssemos garrafas PET lá. Fiquei tentando fazer umas fotos sem muito ânimo, até que resolvi acabar com o "bloqueio continental" e aceitar as desculpas indiretas dela, que consistiam em tentativas tímidas de manter um diálogo comigo. Depois me juntei a ela e tudo voltou ao normal. A sede e o sol estavam fortes. Como eu adoro interagir com gringos, fui perguntar a um anglo se ele tinha uma outra garrafa de água que pudesse me vender. Ele disse que não mas que podia me dar um pouco de água. Eu bebi, claro. A Danielle me chamou de cara de pau e a gente riu à beça da situação. Quando o David voltou, tínhamos descido uma parte e estávamos olhando umas lhamas que estavam abaixo de nós. Alguns turistas pensam que os animais são como modelos pagos para sorrir para câmeras, 24h. Uma garota que me pareceu argentina, levou uma cuspida de uma lhama de tanto que encheu o saco do pobre animal, na tentativa de obter inúmeras fotos. Achei pouco, francamente...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Chegando a Aguas Calientes

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Conhecemos um taxista muito legal, chamado Feliciano, que nos levou tanto ao passeio do post anterior como ao do dia 4. Com ele, compramos o boleto turístico que te dá direito a conhecer lugares mais famosos de Cusco e acaba por ser uma forma de angariar fundos para a conservação e organização do patrimônio regional. Assim, fomos passando por vários parques e indo em direção a Ollantaytambo, de onde pegaríamos o trem em direção a Aguas Calientes. Meu D-us! A estrada para Ollantaytambo é só de curvas. Tanto a Danielle como eu "botamos os bofes pra fora". Ainda masquei folha de coca mas não teve jeito. Tomei dramin tarde demais. Se já é de lascar viajar apenas em curvas estando "normal", imagina, grávida... A Danielle sobreviveu, o bebê, também. Em Ollanta, a Danielle e eu visitamos apenas a feirinha. O David subiu para ver umas ruínas. Nós duas estávamos meio debilitadas. Fomos procurar um restaurante onde pudéssemos comer e usar o banheiro. Convidamos o Feliciano pra almoçar conosco e todos comemos lasanha. Depois ele nos deixou no terminal ferroviário, para pegarmos o trem da Peru Rail para Aguas Calientes. Um chá de espera... Eu cochilei no banco de pedra, a Danielle dormiu mesmo e o David ficou lendo. Só deixei de cochilar quando eu ia caindo pra frente do banco. Depois do almoço, o sono é de matar aonde quer que você esteja... A minha siesta no banco de pedra não deu muito certo. Fiquei feliz quando o guarda anunciou que a gente já podia ir pra sala de embarque. Tudo bem diferente do trem da morte... Contudo, fico feliz de ter a Ferroviaria Oriental no meu currículo. Como eu já havia comentado, o trem era puro luxo, para os padrões da América do Sul. A música instrumental do trem fazia com que a paisagem parecesse um videoclipe. Não dava vontade nem de se mexer... Apenas ficar observando... A estação de Aguas Calientes é bastante interessante. Ela foi construída ao lado de uma galeria que se une a vários hostels. A pior parte foi a subida. Quase ganhou das ruas de La Paz. Subir com mochilas e malas é um suplício. Acho até que meus músculos e os do David já estão definidos e deixando a Madonna com inveja. Exagero! Porém, estamos mais "fortinhos", sim. Ganhamos muita resistência do Brasil pra cá. Que bom! Ficamos no hostel no qual tínhamos feito a reserva quando estávamos no Brasil, embora tivéssemos esquecido de efetivá-la. Sorte termos encontrado vagas. O La Cabaña é bem lá em cima e se você tiver certeza de que vai se hospedar nele e efetivar a reserva, enviarão comissários para ajudá-lo a subir com as malas até lá. O problema é que nós não estávamos certos de que queríamos mesmo ficar lá. Aí nao tivemos o serviço especial. Em suma: saímos, ladeira acima, com um palmo de língua do lado de fora, carregando nossas coisas até nos esparramarmos nas poltronas do saguão do hostel (La Cabaña). O pessoal do hostel nos serviu limonada e eu que não fui mais carregar malas... Deixei tudo com o Juan Carlos... que se virasse! Depois "desmaiamos" nas camas, no fim de um dia punk, no dizer da Danielle... Uns 15min e fomos tomar banho... Estávamos sujinhos, né? Meu lindo casaco preferido de lhama tava com um cheirinho de vômito... Desci e fui contratar o servico de lavanderia. Quase 3x mais caro que em Cusco. Mas eu ia fazer o quê? Era do meu casaquinho de lhama que se tratava... Beleza, recebi em duas horas e cheiroso! Eu tava muito cansada... Não tinha energia para andar por Aguas Calientes. Fiquei pelo La Cabaña mesmo. Comi spaghetti, tomei uma Cusqueña (e nao gostei) e uma tortinha de chocolate. Aproveitei a internet de graça do hostel e dei sinal de vida a algumas pessoas... Quando o David e a Danielle chegaram, fomos dormir e nos preparar para conhecer a cidade perdida dos Incas no dia seguinte...

Passeando por Cusco

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Falando agora do que realmente fizemos no dia 3 e esquecendo o voo... Fizemos um tour por alguns parques arqueológicos de Cusco. Nao é à toa que a cidade ficou conhecida como a capital arqueológica da América do Sul. Passamos por várias ruínas e encontramos muitas pessoas trabalhando como guias e com o mesmo afinco (leia-se insistência) daqueles que ficam convidando (leia-se insistindo) pra que você entre e experimente a comida do restaurante, "sem compromisso". Os incas foram, demasiadamente, inteligentes. Não sei se preciso falar isso, mas me sinto na obrigação de reconhecer a grandeza de um povo que deixou um legado tão bonito. E como eram fortes! Carregar aquelas pedras todas sem os aparatos que temos hoje só não me parece impossível porque vi quem conseguiu fazê-lo. Porém, pra mim, a melhor coisa do dia foi tirar umas fotos com alpacas e lhamas. Havia uma bebê lhama chamada Paulita. Muito fofa e branquinha. No começo, tive medo de abraçá-la porque lhamas são muito temperamentais. No entanto, ela foi tão amável que deu vontade de levar pra casa. A Paulita só queria saber de comer e ficar deitada... Parecia a Janine. Também aproveitamos para comprar nossas passagens de trem para Aguas Calientes, o local onde está situada Machu Picchu. O pessoal da Peru Rail, a empresa chilena que conseguiu a concessão de 30 anos, é bem mal educado. Detestei a atendente, além dos preços. Quando chegamos lá, só conseguimos na categoria mais cara: Vistadome Valley. É certo que o trem é uma maravilha, com partes de vidro em cima que fazem jus ao nome. Além de serviço de bordo quase como o de avião. Com exceção de que eles só passam uma vez e não tem o botãozinho pra você chamar o comissário. Devo falar do trem no post seguinte. Também fomos fazer a Danielle feliz, no McDonalds daqui. A Plaza de Armas de Cusco é muito linda, é quase um ponto de encontro de gente de tudo o que é nacionalidade. Ao redor dela ficam as melhores lojas e, igualmente, os mais impertinentes vendedores. O povo daqui vive, de verdade, apenas do turismo, justificando essa loucura que a gente encontra pelas ruas...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Chegando a Cusco

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Ontem, SEIS horas de atraso do voo. Seis! A Aerosur é uma porcaria. Viaje com ela se não tiver outra opção. Nosso voo era às 7:30am, de La Paz para Cusco. Chegamos ao aeroporto umas 5:15am, pelo fato de ser voo internacional e a burocracia ser bem maior. Tinha um voo vindo de São Paulo, da Aerosur que, segundo eles, estava atrasado e, por isso, tivemos de esperar até 01:45pm para embarcar. Deles só ganhamos 15 míseros bolivianos para comer alguma coisa e num restaurante que podia ser bem melhor. Tinha uma indiana soltando os cachorros na Aerosur por causa do atraso que lhe fez perder uma conexão. Hoje eu só vou reclamar. Estou mal humorada desde ontem. Foi bem mais difícil encontrar um hostel aqui que em La Paz. Todos prometem água quente mas é bem difícil cumprirem com a promessa. O ruim de procurar é quando você está a pé e carregando 12kg nas costas e mais uns 2 nas mãos. Tive pena do David, carregando bem mais que eu. Teve um que eu já estava quase pelada pra tomar banho, aí a Danielle bate na porta e diz que não tinha água quente e, por isso, nao íamos ficar. Confesso que fiquei possessa, embora ela estivesse certa no tocante à água, já que nao dá pra ficar sem água quente por aqui. Conseguimos um hostel excelente. Nao só com água quente como com aquecedor e tv a cabo. Ganhou até do Hostal Elisa, em Cochabamba. Hostal Carlos V. Tava todo mundo estressado ontem. Tudo culpa da Aerosur filha da puta! Além disso, o povo de Cusco fica no meio da rua te abordando pra você contratar os serviços deles ou entrar no restaurante e comer. Eles são demasiadamente impertinentes. Essa técnica só afasta os clientes, uma vez que, por experiência própria, não escolhemos os serviços de quem nos encheu o saco. Enfim, jantamos num restaurante cujo dono é muito simpático e tinha um grupo de música local muito animado. Até cantei "Bésame mucho" com um dos cantores. Na verdade, todos cantavam. Isso atenuou os ânimos. Chegando ao hostel, comi uns pedaços do Toblerone gigante que comprei no aeroporto de La Paz e fiquei assistindo a um canal da Televisa, do México, vendo aqueles dramalhões que me fizeram aprender espanhol. Foi como na propaganda antiga do Toblerone: "hoje eu mereço um". Alguma coisa desse tipo...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Deixando saudades...

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Sábado (27) foi o último dia da Martha em La Paz. Quando estava escrevendo o post anterior, enviei um email para ela aparecer no hostel e a gente sair. Nem sabia se ela ia aparecer mesmo, já que tinha passado o dia em Coroico e com certeza estava cansada pra caramba. Estou lá terminando de me vestir, no começo da noite, quando escuto alguém bater na porta. Perguntei quem era e me surpreendi com a pessoa dela. O pior foi que eu tinha perdido a chave do quarto enquanto tentava dar um jeito nas coisas e na minha mochila. O Fred (um cara que trabalha no hostel) abriu a janela por fora, justo quando achei a chave. Ela entrou e eu fiquei com vergonha da bagunça. Pedi pra ela esperar no saguão do La Blanquita. A gente foi subindo a Calle Santa Cruz e depois fomos pra rua do hostel dela, Calle Sagárnaga, onde tem um restaurante cubano muito bom. A gente ficou pelo Sabor A Lo Cubano mesmo. Descobri que frio em La Paz se resolve com um belo mojito. Ela ficou na Coca-cola, devido ao fato de precisar acordar cedo no dia seguinte e pegar um voo pro Peru. Comemos uns sanduíches bem interessantes, com direito a abacate. A música era cubana mesmo e como a Martha já tinha passado por Cuba, ajudou a escolher o repertório da noite. Fomos umas 7:30pm e devemos ter voltado umas 11:30pm. Subir as incontáveis ladeiras de La Paz depois de 2 mojitos foi meio complicado... Ainda mais considerando que não estou nada em forma e a altitude acaba com a gente. Ela me deixou no La Blanquita e voltou pro Maya Inn. Agora ela está em Lima. O David e a Danielle saíram para comer uma pizza e quando chegaram disseram que eu perdi a parada gay de La Paz. A Av. 16 de julio tava toda enfeitada para o Miss Gay. Por isso que da última vez que fui ao Hard Rock vi uns travestis lindíssimos. Mas é isso aí... Nada não. Ontem viemos a Copacabana, uma espécie de praia às margens do lago Titikaka. Aqui tá frio de nao deixar La Paz com inveja. Estamos no hotel que a Martha recomendou, Mirador, em frente ao lago. Pegamos o microbus para cá no cemitério de La Paz. Pense num local animado! Música alta, o povo bebendo e comendo, pegando vans e ônibus... O que menos parece é um cemitério. Acho que gastamos umas 3h até aqui. Subindo, subindo, subindo... e descendo. Enfim, Copacabana. Hoje passamos umas 5h navegando pelo Titikaka. Fomos até a Isla del Sol. Poxa, o Titikaka é lindo demais. De cima, você pensa que ele é bem azul. Mas de perto, ele parece verdão... falo mais do passeio depois... cansada.

sábado, 27 de junho de 2009

Mudanças no roteiro

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Decidimos não ir ao Salar de Uyuni pela nossa própria saúde. Se aqui está congelando, lá está um frio (sobre)desumano. Ontem (26) fomos ao Chacaltaya, -5 graus quando estávamos chegando. Saímos de La Paz de 08:30am, numa van da America Ecotours. De La Paz até lá nós gastamos umas 2h. Esse percurso rende muita adrenalina se considerarmos que para onde olhávamos eram penhascos... Ver aquelas montanhas nevadas de avião já foi lindo, mas estar ali foi a perfeição e o ápice do frio para nós. Na van tinha gente dos EUA, da Austrália, da Suiça e, claro, nós, brasileiros, sempre dispostos a avacalhar. Conhecemos uma paulista bem legal, chamada Martha. Ela já vinha do Peru, nos deu muitas dicas. Depois do passeio, ela foi com a gente almoçar. Foi então que combinamos de levá-la ao Hard Rock daqui, uma vez que ela estava viajando sozinha e odiando La Paz. Depois do almoço fomos cancelar o passeio ao Salar e tentar comprar umas passagens de avião La Paz-Cusco(Peru) porque os camponeses fecharam as rodovias e a ferrovia, talvez, reivindicando reforma agrária, e nao podíamos esperar a boa vontade deles nem das autoridades, com o risco de nao chegarmos a tempo a Lima-Peru, de onde voltaremos para o Brasil. O pessoal da Aerosur é muito diferente do da Boliviana de Aviación. Eles são muito imprestáveis. Perguntei se grávida não tinha prioridade e disse que a Danielle estava grávida. Daí, o rapaz respondeu que sim mas simplesmente deixou passar 3 pessoas na frente dela! E só de mal nós espirramos um monte de vezes lá para pensarem que estávamos com a gripa porcina. Como sempre, tinha gente de máscara e ver a cara de medo deles não tem preço. Enfim, passagens compradas. À noite, a Danielle e o David estavam exaustos para sair. Só que eu nao ia deixar uma compatriota na mão, né? Me arrumei (casaquinho de lhama) e fui buscar a Martha no Maya Inn e de lá fomos ao Hard Rock. Eram, no máximo, 8:30pm quando chegamos lá. Eu bebi Corona (cerveja mexicana) com limão e ela, vinho tinto. Comemos pizza e a pipoca anti-hipertenso gelada de lá. O engraçado é que fui perguntar ao Mick (apelido do Miguel, um host e garçom) se não ia ter popcorn ontem, daí a Martha me lembrou que eram palomitas. O Mick falou que palomitas só tinham na praça. A gente riu porque, de fato, na maioria dos países hispanos pipoca significa "palomita(s)", tendo, também, o significado de "pombinhos(as)". Mas na Bolívia, segundo o Mick, pipoca era "pipoca" mesmo, do jeitinho que escrevemos com uma leve diferença na pronúncia. Divergência resolvida, embora a Martha tenha tentado convencê-lo de que eram palomitas e ponto. Hoje, estamos light. O desjejum foi no café do Naira Hostel. Muito bom mesmo... Já tínhamos comido lá outra vez. Na primeira, comi um bolo de chocolate e creme enorme com uma xícara do mais puro chá de coca. Hoje fui de café Americano, assim como a Danielle. O David quis o Continental. Depois, um passeio pela mesma rua, Calle Sagárnaga, cheia de artesanatos. Não tem como passar pela Sagárnaga e não comprar nada. Tem sido assim todos os dias! É a mesma rua do Maya Inn mas a Martha foi a Coroico, fazer um passeio na estrada mais perigosa do mundo. Para a noite, sem planos até agora...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Em La Paz

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Me recuperei de um resfriado antes de deixar Cbba, ontem (24). O David e a Danielle não sentiram nada. Chegamos ao aeroporto de Cochabamba com umas 2h de antecedência. Nosso voo saiu às 05:40pm, pela BoA (Boliviana de Aviación). Muita gente com máscara, com medo da "gripa porcina". Algumas vezes a gente passava e espirrava só pra ver a cara de assustada da pessoa. Depois a gente ria... É incrível como para voar na Bolívia você encontra poucas barreiras. Quando fomos comprar as passagens, o David e a Danielle tinham esquecido os passaportes, mas o rapaz do guichê falou que podíamos apresentá-los na hora do embarque. Na dita hora, nossos passaportes estavam presos por uma liga, daí, simplesmente, o funcionário da BoA nem tirou a liga pra conferir, só olhou pros passaportes e pra nós e sorriu, nos deixando embarcar sem maiores problema. Engraçado que na hora de ir, a gente levou uma bronca de um "guarda", porque não estávamos andando literalmente na linha. Ele não nos deixou cortar o caminho até a escada da aeronave. Ele queria que a gente fosse taxeando que nem um avião! Foi só ele dar as costas que a gente desobedeceu... Embora em Cbba estivesse com aquele friozinho suportável, quando entramos no avião, o calor tava de matar. Ainda mais, tinha uma música daquelas andinas mas bem melancólica, digna de velório. Então, meu sistema medroso começou a me fazer suar frio nas mãos. Eram os "sinais", disseram o David e a Danielle. "Essa musica aí é para você ir se despedindo do seu corpo e entrar em contato com o seu mentor". É foda ter medo de avião. Com um pedaço, nos vem o piloto falando que podíamos sentar em qualquer lugar porque o sistema de numeração de poltronas estava com erro. Pronto, outro sinal! Uma garotinha que não parava de me olhar! Mais um sinal, segundo o David e a Danielle. Uma ambulância na pista. Eu morrendo de medo. Avião menor sempre balança mais e meus dois companheiros me animaram dizendo que esse balançado era sinal de que nao íamos conseguir passar pela montanha mais próxima. Mas que nada! Deu tudo certo. Ver aquelas cadeias montanhosas, algumas com neve, foi muito bacana. Meia hora bastante aproveitada. Quando pousamos, a Danielle sentiu um impacto grande pela altitude (aprox. 3650m acima do nível do mar). O David ficou praticamente normal e ainda conseguiu carregar um monte de peso! Eu senti um pouco. Fiquei ofegante só em descer do avião e ir ate o saguão do aeroporto. Depois, carregando a mochila eu senti como se estivessem colocando pedras de gelo dentro do pulmão, além do já citado cansaço. Após nos instalarmos no Loki Hostel, descobrimos que o mesmo tinha nada mais nada menos que um IRISH PUB! OMFG! Era tudo o que o David e eu queríamos. A Danielle tomou uma sopa. O David e eu tomamos duas cervejas e ainda comi um omelete veggie. A Bock (cerveja daqui) e o omelete foram a minha desgraça. Passei a madrugada vomitando e com diarréia. Sorte que a Danielle tinha trazido uns lactobacilos vivos em cápsulas... Pela manhã, rodamos por La Paz. Frio horrível. Eu tava mal, meu corpo tava fragilizado e o soroche me pegou. Muito cansaço, dor de cabeca... Apelei pro remedinho Sorojchi (nome original do soroche) Pills. Passei a tarde no hotel, dormindo. Os dois foram procurar uma agência de viagem para fazermos uns passeios que, oportunamente, postarei aqui. Mas talvez, a pérola do dia tenha sido uma mulher comendo dentro de um PENICO. Sim, um penico! Questao cultural... Hard Rock Café. Para mim, pizza e suco de laranja, hoje. Nada de cerveza. Comecei escrevendo este post num cyber mas eles precisaram fechar e, com sorte, os viciados do Loki deixaram um pc livre pra mim. Acho que já vou me deitar... Amanhã o dia vai ser... FRIO, com certeza.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

De Santa Cruz a Cochabamba

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Chegamos a Santa Cruz de la Sierra mais ou menos umas 8:00am do dia 22, depois da cansativa viagem pela Ferroviaria Oriental. O alívio não foi pouco, mas também, a sensação de felicidade foi maravilhosa. Me senti uma heroína. Santa Cruz é uma cidade com uma arquitetura muito bonita, guardando os resquícios coloniais. A Plaza 24 de septiembre é um local bastante agradável para se conversar com os amigos. Em frente, há uma mega sorveteria chamada Ikirau, onde, depois do almoço, passamos lá para tomar "un helado". A gente almoçou num restaurante italianíssimo chamado Michelangelo, na Calle Chuquisaca, para a felicidade da Danielle. Comemos nhoque à bolonhesa e tomamos (apenas o David e eu) uma cerveja mexicana chamada Corona. Nos foi servida com uma rodelinha de limão. Eu gostei, mas o David preferiu sem limão. Foi no Michelangelo que tomei o meu primeiro mate de coca. Aí, depois, veio o referido Ikirau. Só tive uma coisa a reclamar: quando perguntei como era o sorvete que levava o nome da casa, a moça só disse que Ikirau era o nome de lá. Que grande explicação! Mas valeu, o sundae de lá era divino. O nome era só "sundae" mesmo. Ontem, dia 23, día de San Juan, no Ikirau, teve um show de salsa. No entanto, nós já tínhamos de ir para Cochabamba. Depois do sorvete, fomos dormir um pouco no hotel, já fazia uns dias que nao dormíamos na horizontal. Dormimos feito pedra, até umas 7:00pm. Daí nos arrumamos rapidamente (esse advérbio não vale para mim) e comemos num fast food chamado Dumbo. Comer com pressa é ruim, mas tínhamos de estar no Terminal de Santa Cruz no máximo às 08:15pm, para pegar o ônibus para Cochabamba às 8:30pm (dia 22). Ô viagem infernal! A maior parte do caminho de Santa Cruz para Cochabamba fazia um calor dos diabos, e os bolivianos com roupa de frio antes da hora! Tinha um homem, quando o ônibus ainda estava parado, cantando música gospel, como disse a Danielle: avisando que o inferno vinha pela frente. Hahahaha... Meu lugar era na janela, mas como eu tava com a minha mochila cargueira do meu lado, ficava difícil o local. Então, pedi para trocar com um boliviano, ele aceitou. Eu pedia para ele abrir a janela, daí ele só abria por uns dois minutos e fechava, logo, minha falta de ar recomeçava Até que eu decidi que era melhor largar o diabo da mochila no corredor do ônibus e "retrocar" de lugar. Beleza... Janela aberta, sem falta de ar... Quando eu desci para ir ao banheiro, numa dessas paradas de beira de estrada (o ônibus tinha banheiro, mas banheiro de ônibus é pior ainda, inclusive na Bolívia) o cara travou a minha janela! Quando voltei, somente com muita boa vontade e força do David foi que consegui voltar a respirar normalmente. A Danielle também sentiu falta de ar. Poxa, apenas veio fazer frio quando estávamos em Cbba (Cochabamba)! Dia 23, Cochabamba, muito frio até agora. Até que eu tava aguentando numa boa, nada de soroche... A falta de ar foi por causa do calor mesmo. Depois de 2 graus à noite, acordei resfriada. Meu cachecol também está servindo de máscara. Além de eu parecer um urso, pareço um membro do PCC, com um gorro-máscara (balaclava) improvisado de cachecol. Ontem comemos num restaurante muito bom também, chamado La Estancia, num boulevard de nome La Recoleta. Nesse boulevard tinha um local parecido com um cabaré. A gente entrou mas como não tinha ninguém, saímos e fomos comer no La Estancia, além de tomar umas Taquiña (cerveja daqui mesmo e até boa). O local tinha calefação, foi um alívio... Mas os 2 graus e a falta de calefação no hostal acabaram comigo. Já, já, me recupero. Vou comprar mais vitamina C, apesar da quantidade de suco de laranja que tenho tomado. Em Santa Cruz, ficamos num hotel meio chato, chamado Panamá, agora estamos no Hostal Elisa (lindo, lindo). Apesar da temperatura, adorei Cochabamba e espero voltar aqui. Já deixamos nossas coisas prontas no hostal, vamos voltar mais tarde apenas para pegá-las e ir ao aeroporto daqui, o Jorge Wilstermann. Decidimos nos dar um descanso e evitar 8h daqui até La Paz. Compramos passagens de avião para lá, pela BoA (Boliviana de Aviación), para as 05:00pm mais ou menos. Meia hora de voo. Meu pânico de avião foi vencido pelo meu cansaço. Acho que, por agora, é só. Devo me lembrar de mais resenhas depois, daí irei corrigindo as acentuações e colocando coisas que vou lembrando. As fotos, creio que somente vou colocá-las no Brasil. Nos vemos em La Paz!

terça-feira, 23 de junho de 2009

El Tren de la Muerte

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O trem da morte merece o nome que tem. Não é nada higiênico, as pessoas fraudam a venda das passagens e ele balança como um pula-pula de parque de diversões. Chegamos ao terminal de Puerto Quijarro aproximadamente às 16:00 (dia 21), para sair na meia hora seguinte. Fomos na categoria Super Pullman, a melhorzinha. Porém, ainda assim, sentimos o cansaço de 17h de viagem desde Puerto Quijarro até Santa Cruz de la Sierra. Eu sabia que iam ser muitas horas de viagem nada confortável, então, tratei de ter paciência e conversar com algumas pessoas ao redor. Comecei com uma moça que estava viajando com dois filhos. Lhe perguntei se na viagem inteira iria tocar no trem um determinado tipo de música. Músicas rancheras, em sua maioria. Bem me lembro que durante a viagem foram tocadas três vezes a música ME ENCANTAS de Pedro Fernández. Então ela me disse que à noite seria exibido um filme. Nossa! E que filme! Anaconda! Por amor de Dios! Um trem cheio de crianças vendo um filme monstruoso em todos os sentidos. Coloquei meus fones no ouvido e tentei me imaginar na barraca ENFERMEIROS DE PLANTÃO, no Mossoró Cidade Junina, bebendo aquela cerveja. A verdade é que a viagem inteira foi um exercício de controle mental e físico, porque por 17h eu consegui não utilizar o banheiro. Primeiro, pela falta de higiene, segundo, porque o trem balançava tanto que era capaz de eu sair de lá banhada de mijo alheio. Comer... Eu só comi os biscoitos que a gente tinha trazido do Brasil. Nada de majadito, nada de limonada fría, nada de pollo... Aliás, apenas a Danielle que teve a suprema coragem de comer um frango à milanesa banhado de óleo com arroz e salada, no vagão do restaurante. Poxa, eu me senti numa musica do Matanza naquele trem do caralho. Também fiz amizade com uma boliviana que é casada com um sírio mas viveram no Brasil até então. Ela me disse que os caras da bilheteria dizem que não tem mais passagem para, nas paradas, empurrarem gente clandestinamente e ficarem com o dinheiro, uma vez que o caixa já foi fechado. Uma das piores cenas do trem foi uma menina sendo puxada pela cabeça às pressas, para subir, mostrando que aquela parada não correspondia a uma plataforma, corroborando a tese da fraude. A gente viu isso depois que saímos do vagão restaurante. É bastante arriscado passar de um vagão pra outro. Você tem a impressão de que o trem vai descarrilar a qualquer minuto. Para se ter uma ideia da putaria, os filhos da moça com quem conversei primeiro, faziam xixi em saquinhos que ela amarrava e guardava. O David e a Danielle ainda usaram o banheiro. Eu usei a meditação. Hehehehe... 17h sem banheiro! Um troféu para mim! Ainda morro de rir com a Danielle imitando o guri vendendo "limonada fría". E eu fui tirar uma onda lá atrás (porque ficamos meio longe no vagão), imitando uma mulher que vendia laranja, aí eu comecei: "hay naranja..." quando a Danielle me disse que ela estava atrás de mim... Hehehehe... Foi muita resenha... Porém, contudo, todavia, AMO MUITO TUDO ISSO...

A PIOR RESENHA DO TREM, em homenagem a Danielle: um cara, parecido com o Maradona quando tinha os cabelos grandes, assoou o nariz daquele jeito e usou o mesmo lenço pra limpar o rosto! Teve gente que quase morreu quando viu... Hahahaha...