quinta-feira, 30 de julho de 2009

Chegando a Lima

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No dia 07/07, algumas pessoas desceram na parada de Nazca e outras poucas subiram. Uma coisa que me chamou a atenção no ônibus é que eles fazem bingo. Os números da cartela são como abas as quais você dobra, em vez de marcar com caneta. Eu não participei porque tive medo de enjoar. Não consigo ler em veículos mais que por 5min, antes de sentir náuseas. O prêmio era uma passagem Lima-Cusco. O David e outro cara ganharam. Daí, como nós não íamos voltar para Cusco mesmo, o David deu a cartela dele para um rapaz. Ele foi até a cabine e fizeram um sorteio entre ele e um senhor que também tinha ganhado. Infelizmente, o jovem não venceu daquela vez. Mas todo mundo do piso inferior ficou satisfeito com a decisão do David. Passado um tempo, o ônibus para e a gente fica sem entender o porquê. Era o começo das manifestações de El Paro. A Danielle ficou muito assustada, com medo de que saqueassem o nosso ônibus. Todos ficamos meio tensos. Afinal, com uma boa quantidade de manifestantes na estrada, bloqueando-a, e o pedido de que fechássemos as cortinas, algo de ruim estava acontecendo ou na iminência de acontecer. Eu tentei rir e não pensar que de 18h de viagem, iríamos para 22h, batendo o recorde de São Paulo-Corumbá, na previsão da comissária. Embora estivesse triste por ser o começo do fim da viagem, chegar a Lima o mais rápido possível seria o alívio de que eu precisava. Tiveram de chamar a polícia em um dos trechos, segundo o que nos informaram. Em outros locais, desconfiei que o motorista pudesse ter dado alguma propina. E talvez tenha sido a solução. Tudo isso nos fazia imaginar como estaria em Lima. A melhor parte da viagem foi ver o Pacífico... Como eu esperei por aquele momento! Ao chegarmos a Lima, entendemos de vez que, no Peru, os ônibus parecem partir de suas garagens e não de terminais coletivos. Pegamos nossa bagagem e um táxi, cujo motorista prontamente nos indicou um hotel no bairro Lince/Santa Beatriz chamado Villa Roma. Gostei do local e das recepcionistas. Ainda tinha um pc lá, não tão bom, mas à disposição para quem quisesse usar a internet. Tv a cabo, boiler, cama bem confortável... Muito bonzinho. Depois de tomar um banho decente no hotel, era hora de conhecermos um pouco mais de Lima e, com sorte, encontrar um bom restaurante de comida brasileira. Para a nossa alegria, encontramos o Media Naranja - Brasileiro, um restaurante que até cachaça tinha. Cada um pediu um famoso PF. Acho que foi a carne mais saborosa que comi na viagem inteira. Sou sincera a dizer que não precisei me esforçar para comê-la, como nas outras ocasiões, à exceção do La Estancia, também. Feijão preto, o meu favorito... Salada! Arroz... Foi muito interessante a forma como nós ficamos felizes com aquela comida. Parecíamos uns bobos. Não comíamos feijão havia mais de vinte dias. O tempero... Era tudo tão familiar! Foi um jeito de perceber que, nem sempre, voltar para casa é tão ruim assim...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A caminho de Lima - parte 1

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No máximo, às 19:00 do dia 06/07, a comissária serviu o jantar que consistia em uma carne com arroz e uma minipizza. Se não me engano, você podia escolher entre Coca-cola e Inka Cola, nas opções de refrigerante. Eu não comi a carne. Antes de tudo, a minha mesinha, depois de montada e presa à poltrona, ficou muito inclinada. E comer carne com talhares de plástico e num ônibus balançando era um malabarismo sem o qual eu poderia sobreviver. Era carne! Comi a minha minipizza e a do David. Não estava preocupada porque eu tinha comprado biscoitos amanteigados e batatas fritas em Cusco, então, fome eu não iria passar. Ah, como fazia tempo que eu não comia aqueles biscoitinhos, mesmo no Brasil! Engraçado que em Cusco, os encontrei num mercadinho e, no Brasil, a gente só encontra em grandes supermercados ou delis, para não falar do preço. O ônibus era brasileiro, fabricado pela Busscar, excelente. Minha poltrona era a primeira da fila de apenas uma poltrona, no piso inferior. O David e a Danielle ficaram na fila dupla, ao lado. Na minha frente, tinha um mostrador indicando a temperatura interna, a hora e, pasmem: a disponibilidade do WC. Os dois tiraram onda comigo, dizendo que iam me consultar sempre para saber se o banheiro estava ocupado ou não. Eu não gosto muito de relógios porque me deixam ansiosa. Tentei olhar o mínimo possível para ele. A pior coisa da viagem foi dormir com a bolsa que eu tinha comprado em Pisaq, nos meus pés, cheia de coisas. Não dava para despachar para o bagageiro do ônibus sob o risco de quebrar as lembranças que eu tinha comprado. Para completar, a poltrona tinha aquele encosto para os pés, o que dificultava a questão do espaço. O ônibus, por ter dois andares, era baixinho aindaº que para mim. Quando eu me levantava, invariavelmente, batia a cabeça no teto, uma vez que as poltronas ficavam numa espécie de nível e bem mais altas que o corredor. A temperatura, dentro do ônibus, ia de 23ºC a 28ºC (quando houve um problema na climatização). Era mais do que agradável, considerando que a manta que nós tínhamos recebido não ia adiantar muito se tivéssemos de enfrentar a real temperatura de Cusco. Só ficamos um pouco sem ar quando houve o dito problema no climatizador. A comissária também nos entregou um kit para higiene bucal. O café da manhã foi tranquilo. Não montei a porcaria da mesa e ainda bem que a comissária não encheu o saco. Tinha iogurte, misto e uma coisa lá que não comi nem sei o nome exato. Também ganhamos balinhas de limão, boas para enjoo. Na hora do café, exibiram um dvd de episódios dos Looney Tunes, parodiando obras clássicas tanto da literatura quanto da música. Eu gostei. Aliás, o entretenimento, naquele ônibus, era melhor que em muitos aviões...

domingo, 19 de julho de 2009

Deixando Cusco

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Dia 06/07, nossa última manhã em Cusco... Gostei muito daquela cidade. Não sei o porquê, mas me lembrou Canoa Quebrada, no Ceará. Talvez fosse pela questão da massa de turistas e pelo fato de a cidade viver exclusivamente disso. Bares e restaurantes com os mais variados temas e aquela sensação de poder andar pelas ruas, a qualquer hora, sem medo. Aquela arquitetura colonial brindando os olhos dos transeuntes, as ruínas dos incas, o calor do povo atenuando as baixas temperaturas... Definitivamente, sinto falta de Cusco. Acordamos, tomamos café e fizemos o check out, embora tenhamos deixado nossa bagagem guardada no Carlos V. Fomos a um cybercafé, depois, decidimos caminhar um pouco até que chegasse a hora do almoço. Incrível como os peruanos adoram carne e em pedaços enormes. Continuei com o pacto de ser carnívora mas me arrependi quando vi o tamanho da chuleta. A melhor parte do meu almoço foi a banana split. A Danielle e o David gostam de carne, porém, também se admiraram com o tamanho do que era um "plato personal". Passamos um tempinho no restaurante que tinha uma ótima vista para a Plaza de Armas. Sabíamos que teríamos de nos entreter pelo centro de Cusco até as 17:00, quando seria a hora de pegar as coisas no Carlos V e ir à garagem da Cruz del Sur, pegar o ônibus para Lima. Bateu uma tristeza por deixar um lugar tão aconchegante. Acho que é opinião geral que o pessoal do Carlos V nos tratou bem demais. Sem falar que a estrutura, por si só, já gera um ótimo conceito. Lembro, como se fosse hoje, a forma como fiz rir à encarregada da tarde/noite de lá, pedindo desconto, assim que chegamos. Era hora de deixar Cusco e pensar que a capital do Peru seria o próximo e último lugar a visitar, o que aumentava ainda mais a tristeza da gente. Assim, pedimos que nos chamassem um táxi para irmos até a Cruz del Sur, como a derradeira gentileza. Quando chegamos lá, tivemos de trocar os nossos boletos da internet por outros. E isso nos estressou demais, uma vez que a única atendente era uma lesa antipática e só faltava meia hora para a partida. Feito isso, hora de embarcar. Revistaram nossas coisas com detector de metal e a comissária me ajudou a subir com a minha bagagem de mão. Passados uns minutos, entra o guarda do detector com uma câmera na mão, nos obrigando a sorrir. Ainda fiz uma brincadeirinha, falando "derecho de imagen negado", mas não teve jeito. O cara só se aquietou quando eu olhei pra câmera. O ônibus partiu e Cusco foi ficando para trás... Saudades.


sábado, 18 de julho de 2009

Voltando para Cusco

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Continuando o dia 05/07, o David e eu subimos aquela ladeira infeliz em direção ao La Cabaña para pegar as nossas coisas. Quando íamos subindo, passou um cara e falei pro David assim: "ei, aquele ali é o carregador do La Cabaña. Vamos acabar descendo sozinhos as coisas". Hehehe... Dito e feito! Quando a gente chegou, perguntei se tinha alguém que pudesse nos ajudar até a estação de trem. Então, a moça falou que estava sozinha e não tinha como nos ajudar. Quase chorei! Hahaha... Poxa, o David colocou uma mochila na frente e outra nas costas. E eu fui levando duas bolsas. As coloquei de um jeito que pensei que fosse ser fatiada pelas alças, como um salmão pra sushi, de tão pesadas que elas estavam. Chegamos lá quase mortos e a Danielle ainda quis tirar uma foto. Hahahaha... Claro que no caminho fizemos alguns pit-stops e eu ainda fui encorajada por uma senhora que estava sentada numa calçada. Peruanos, via de regra, são muito simpáticos com brasileiros. Enfim, pudemos sentar-nos e descansar. O nosso trem ia demorar um bocadinho e, infelizmente, não era o Vistadome Valley, e, sim, o Backpacker. Enquanto isso, a Danielle começou a analisar as razões pelas quais as pessoas tinham feito essa viagem e era tudo comédia! Confesso que eu estava com medo de que algum protagonista falasse português. Hahahaha... Para um cara "x", ela dizia que ele pensou assim: "minha mulher me deixou, então, vou comprar umas roupas radicais na Arco e Flecha e parecer um boy e viajar". A gente morria de rir e, por ironia do destino, o tal cara estava no nosso voo de volta pra São Paulo! Eu estava só com uma blusa de tec dry mas começou a esfriar em Aguas Calientes. Vesti o meu famoso casaquinho com lhamas estampadas enquanto não começavam a chamar pro embarque. Deu a hora de embarcar e a pior parte foi descobrir que eu teria de levar a minha "pequena" mochila nas pernas, assim como o David. Sentei ao lado de uma americana bastante simpática e nós passamos a viagem conversando. A primeira gentileza dela foi trocar de lugar comigo, pois ficando na janela, seria mais fácil de me apoiar e levar a mochila. Conversamos sobre as barreiras impostas pelos americanos para os estrangeiros que lá chegam. Ela também passou pela Bolívia e me contou que precisou pagar por um visto especial lá, enquanto que lhe falei que não passei por isso e que a migração boliviana foi demasiadamente gentil conosco. Seu nome é Jessica Raynor, minha xará. Conversamos, ainda, sobre el paro, a bendita paralisação dos trabalhadores peruanos que estava nos tirando o sono. Trocamos email e nos despedimos na estação de Ollantaytambo. Ela já tinha uma van com o nome de "Lucy", esperando por ela e pelos amigos. Nós tínhamos de achar uma, o que foi bastante simples e fácil. Apenas chegamos ao final da estação e lá estavam várias vans, loucas para conseguir clientes para transportar até Cusco. Pegamos a que estava mais próxima de sair e tratamos logo de tomar um dramin, a Danielle e eu. Vomitamos muito da última vez que pegamos a tal estrada de Cusco para Ollantaytambo e como íamos voltar pelo mesmo caminho... Prometi a mim mesma que, dada a partida da van, só abriria os olhos quando chegasse a Cusco. E assim fiz. Quando a Danielle me perguntou se estava bem, respondi que sim, mas de olhos fechados. Só os abri quando a gente estava chegando à Plaza de Armas. Meu D-us, como eu agradeci por ter chegado sem vomitar! Ainda mais que eu estava no fundo da van! Descemos e o frio estava de matar congelado. Foi o dia em que senti mais frio no Peru. Estava quase como La Paz! Pegamos um táxi para o Carlos V e a Danielle e o David subiram logo. Eu fiquei conversando com os caras da recepção, atrás de saber se havia alguma pizzaria por perto e que fizesse entrega em domicílio. Até que meu corpo é resistente pra frio, mas naquele dia, o cansaço ajudou e eu não aguentei mais sair do hotel. Passados uns minutos, o David desceu e disse que ia ao McDonalds. Falei que tinha resolvido pedir uma pizza e ele foi lá. Fui pro quarto e tirei as botas. Alívio... Nunca achei um aquecedor tão necessário. Em pouco tempo, o rapaz da pizza bateu na porta e o coitado estava muito ofegante. Andar à noite, em Cusco e em La Paz, tem o condão de deixar uma pessoa facilmente sem ar. Decidi comer antes do banho, devido à fome grande. Depois, fui tomar um banho bem quentinho e assistir a tv. Não deixava de passar pela minha cabeça que a minha viagem estava acabando... Melhor dormir que pensar.

domingo, 12 de julho de 2009

Continuação de MP (05/07)

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Passamos um tempo no que nos pareceu ser um ótimo lugar, afinal, até as lhamas estavam curtindo, depois de a gringa chata ter levado uma cuspida. Quando não deu mais para suportar a sede, fomos descendo em direção ao caminho do Wayna Picchu, onde nos disseram que havia água. Mas água aonde?! Devia ser nos lençóis freáticos... Não encontramos água e sim, pessoas cansadas e albergadas no que o David disse ter sido uma boate com três ambientes dos incas. Hehehe... A gente sentou num banco em um desses "ambientes". Pareciam duas paradas de ônibus, uma de frente para a outra, com um pátio no meio. Na outra "parada", estava um grupo de senhores de idade brasileiros mandando ver. Estavam com um guia e tinham mais energia que a gente. Após nos conformarmos que só encontraríamos água do lado de fora, continuamos a caminhar, desta vez procurando a saída. O negócio era, além de seguir as placas, consultar os guias, para evitar subir degraus desnecessários. O cansaço estava pegando e o caminho de volta parecia ter aumentado, assim como a altura dos degraus. Tinha hora que só sendo rebocada pelo David para subir... E o pessoal da terceira idade numa boa... Eles passaram de nós e a gente só poderia dizer para eles: "um dia, chegaremos lá!". Chegamos e fomos entregar o nosso ticket para ser carimbado. A lanchonete e o restaurante de lá exploram os turistas. 8 soles por um sorvete que não valia 4... A prova é tanta que muita gente leva comida pra lá. A gente nem lembrou disso. Tinha um pessoal sentado atrás de nós que levou pães e patê, e só devem ter comprado refrigerante. Nós almoçamos num restaurante lindo em Aguas Calientes mesmo, vendo a água de um riacho correr. O David que não quis comer, estava sem apetite. Terminado o almoço, era hora de gastarmos um tempo nas feirinhas antes de subirmos e descermos para a estação de trem...



Começando a desbravar Machu Picchu

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No dia 5, chegou a hora do sonhado momento de visitar as ruínas da Cidade Perdida dos Incas... Acordamos cedinho e tomamos café no La Cabaña, esperando que assim que chegássemos ao ponto de ônibus, não encontrássemos demora nem dificuldades para subir a MP. Como o esperado, compramos as passagens por um preço relativamente alto e subimos no ônibus. Encontramos umas brasileiras, visto que brasileiro você encontra em tudo o que é parte do mundo. Pelo caminho, percebiam-se várias pessoas que estavam indo a pé para Machu Picchu. Não passou pela minha cabeça fazer aquele percurso a pé sendo íngreme e estando tão fora de forma como eu estou. Também não íamos fazer a Danielle, grávida, subir aquilo sem ser de busão... Enfim, são trinta minutos até chegar à entrada do complexo que envolve MP. Durante a pequena viagem, você percebe que há "escadinhas" esculpidas nas rochas... Eram parte do caminho inca mesmo. Quando vi as tais escaleras, passou na minha cabeça um filme, como se eu visse um "inca-carteiro" subindo os degraus e desaparecendo no meio do mato, a fim de entregar a correspondência. Bem que poderiam ter tido essa finalidade, entre outras, as tais escadinhas no meio das rochas e do mato. Assim, ao chegarmos, procuramos o local onde os ingressos são vendidos e ganhamos um carimbo nos nossos passaportes. Que bom que eles concedem desconto para estudantes! Entramos e começamos a ver aquela paisagem que estampa vários cartões postais e que faz parte do capítulo de civilizações pré-colombianas dos livros de História. O Wayna Picchu estava lá, sob um sol escaldante (para os padrões da viagem), chamando a atenção de todos os mortais presentes. Para onde quer que você vá, o que lhe interessa é achar o melhor local de onde você possa admirar aquela pintura. Embora aquele dia tivesse sido planejado para ser o mais legal possível, mal entramos e a Danielle e eu acabamos nos desentendendo. Usei a minha velha tática: o silêncio e distanciamento. Quando duas pessoas são explosivas isso tende a acontecer. Fui subindo bem atrás dos dois, sem querer conversa. Os degraus são muitos e grandes, fazendo com que sejam necessários vários intervalos na caminhada, até pelo fato de poder observar as ruínas ao redor. O importante é fazer tudo no ritmo próprio. E assim fomos... Teve uma hora em que o David quis subir numas partes a leste e a Danielle não se animou, nem poderia. Daí, eu também não queria subir e acabei ficando de olho nela, meio que de longe, para ver se ela não se sentia mal nem aprontava nada, mesmo estando sem querer falar com ela. A essa altura, a sede já estava de matar. Tínhamos esquecido de comprar água e foi até bom, para evitar que esquecêssemos garrafas PET lá. Fiquei tentando fazer umas fotos sem muito ânimo, até que resolvi acabar com o "bloqueio continental" e aceitar as desculpas indiretas dela, que consistiam em tentativas tímidas de manter um diálogo comigo. Depois me juntei a ela e tudo voltou ao normal. A sede e o sol estavam fortes. Como eu adoro interagir com gringos, fui perguntar a um anglo se ele tinha uma outra garrafa de água que pudesse me vender. Ele disse que não mas que podia me dar um pouco de água. Eu bebi, claro. A Danielle me chamou de cara de pau e a gente riu à beça da situação. Quando o David voltou, tínhamos descido uma parte e estávamos olhando umas lhamas que estavam abaixo de nós. Alguns turistas pensam que os animais são como modelos pagos para sorrir para câmeras, 24h. Uma garota que me pareceu argentina, levou uma cuspida de uma lhama de tanto que encheu o saco do pobre animal, na tentativa de obter inúmeras fotos. Achei pouco, francamente...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Chegando a Aguas Calientes

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Conhecemos um taxista muito legal, chamado Feliciano, que nos levou tanto ao passeio do post anterior como ao do dia 4. Com ele, compramos o boleto turístico que te dá direito a conhecer lugares mais famosos de Cusco e acaba por ser uma forma de angariar fundos para a conservação e organização do patrimônio regional. Assim, fomos passando por vários parques e indo em direção a Ollantaytambo, de onde pegaríamos o trem em direção a Aguas Calientes. Meu D-us! A estrada para Ollantaytambo é só de curvas. Tanto a Danielle como eu "botamos os bofes pra fora". Ainda masquei folha de coca mas não teve jeito. Tomei dramin tarde demais. Se já é de lascar viajar apenas em curvas estando "normal", imagina, grávida... A Danielle sobreviveu, o bebê, também. Em Ollanta, a Danielle e eu visitamos apenas a feirinha. O David subiu para ver umas ruínas. Nós duas estávamos meio debilitadas. Fomos procurar um restaurante onde pudéssemos comer e usar o banheiro. Convidamos o Feliciano pra almoçar conosco e todos comemos lasanha. Depois ele nos deixou no terminal ferroviário, para pegarmos o trem da Peru Rail para Aguas Calientes. Um chá de espera... Eu cochilei no banco de pedra, a Danielle dormiu mesmo e o David ficou lendo. Só deixei de cochilar quando eu ia caindo pra frente do banco. Depois do almoço, o sono é de matar aonde quer que você esteja... A minha siesta no banco de pedra não deu muito certo. Fiquei feliz quando o guarda anunciou que a gente já podia ir pra sala de embarque. Tudo bem diferente do trem da morte... Contudo, fico feliz de ter a Ferroviaria Oriental no meu currículo. Como eu já havia comentado, o trem era puro luxo, para os padrões da América do Sul. A música instrumental do trem fazia com que a paisagem parecesse um videoclipe. Não dava vontade nem de se mexer... Apenas ficar observando... A estação de Aguas Calientes é bastante interessante. Ela foi construída ao lado de uma galeria que se une a vários hostels. A pior parte foi a subida. Quase ganhou das ruas de La Paz. Subir com mochilas e malas é um suplício. Acho até que meus músculos e os do David já estão definidos e deixando a Madonna com inveja. Exagero! Porém, estamos mais "fortinhos", sim. Ganhamos muita resistência do Brasil pra cá. Que bom! Ficamos no hostel no qual tínhamos feito a reserva quando estávamos no Brasil, embora tivéssemos esquecido de efetivá-la. Sorte termos encontrado vagas. O La Cabaña é bem lá em cima e se você tiver certeza de que vai se hospedar nele e efetivar a reserva, enviarão comissários para ajudá-lo a subir com as malas até lá. O problema é que nós não estávamos certos de que queríamos mesmo ficar lá. Aí nao tivemos o serviço especial. Em suma: saímos, ladeira acima, com um palmo de língua do lado de fora, carregando nossas coisas até nos esparramarmos nas poltronas do saguão do hostel (La Cabaña). O pessoal do hostel nos serviu limonada e eu que não fui mais carregar malas... Deixei tudo com o Juan Carlos... que se virasse! Depois "desmaiamos" nas camas, no fim de um dia punk, no dizer da Danielle... Uns 15min e fomos tomar banho... Estávamos sujinhos, né? Meu lindo casaco preferido de lhama tava com um cheirinho de vômito... Desci e fui contratar o servico de lavanderia. Quase 3x mais caro que em Cusco. Mas eu ia fazer o quê? Era do meu casaquinho de lhama que se tratava... Beleza, recebi em duas horas e cheiroso! Eu tava muito cansada... Não tinha energia para andar por Aguas Calientes. Fiquei pelo La Cabaña mesmo. Comi spaghetti, tomei uma Cusqueña (e nao gostei) e uma tortinha de chocolate. Aproveitei a internet de graça do hostel e dei sinal de vida a algumas pessoas... Quando o David e a Danielle chegaram, fomos dormir e nos preparar para conhecer a cidade perdida dos Incas no dia seguinte...

Passeando por Cusco

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Falando agora do que realmente fizemos no dia 3 e esquecendo o voo... Fizemos um tour por alguns parques arqueológicos de Cusco. Nao é à toa que a cidade ficou conhecida como a capital arqueológica da América do Sul. Passamos por várias ruínas e encontramos muitas pessoas trabalhando como guias e com o mesmo afinco (leia-se insistência) daqueles que ficam convidando (leia-se insistindo) pra que você entre e experimente a comida do restaurante, "sem compromisso". Os incas foram, demasiadamente, inteligentes. Não sei se preciso falar isso, mas me sinto na obrigação de reconhecer a grandeza de um povo que deixou um legado tão bonito. E como eram fortes! Carregar aquelas pedras todas sem os aparatos que temos hoje só não me parece impossível porque vi quem conseguiu fazê-lo. Porém, pra mim, a melhor coisa do dia foi tirar umas fotos com alpacas e lhamas. Havia uma bebê lhama chamada Paulita. Muito fofa e branquinha. No começo, tive medo de abraçá-la porque lhamas são muito temperamentais. No entanto, ela foi tão amável que deu vontade de levar pra casa. A Paulita só queria saber de comer e ficar deitada... Parecia a Janine. Também aproveitamos para comprar nossas passagens de trem para Aguas Calientes, o local onde está situada Machu Picchu. O pessoal da Peru Rail, a empresa chilena que conseguiu a concessão de 30 anos, é bem mal educado. Detestei a atendente, além dos preços. Quando chegamos lá, só conseguimos na categoria mais cara: Vistadome Valley. É certo que o trem é uma maravilha, com partes de vidro em cima que fazem jus ao nome. Além de serviço de bordo quase como o de avião. Com exceção de que eles só passam uma vez e não tem o botãozinho pra você chamar o comissário. Devo falar do trem no post seguinte. Também fomos fazer a Danielle feliz, no McDonalds daqui. A Plaza de Armas de Cusco é muito linda, é quase um ponto de encontro de gente de tudo o que é nacionalidade. Ao redor dela ficam as melhores lojas e, igualmente, os mais impertinentes vendedores. O povo daqui vive, de verdade, apenas do turismo, justificando essa loucura que a gente encontra pelas ruas...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Chegando a Cusco

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Ontem, SEIS horas de atraso do voo. Seis! A Aerosur é uma porcaria. Viaje com ela se não tiver outra opção. Nosso voo era às 7:30am, de La Paz para Cusco. Chegamos ao aeroporto umas 5:15am, pelo fato de ser voo internacional e a burocracia ser bem maior. Tinha um voo vindo de São Paulo, da Aerosur que, segundo eles, estava atrasado e, por isso, tivemos de esperar até 01:45pm para embarcar. Deles só ganhamos 15 míseros bolivianos para comer alguma coisa e num restaurante que podia ser bem melhor. Tinha uma indiana soltando os cachorros na Aerosur por causa do atraso que lhe fez perder uma conexão. Hoje eu só vou reclamar. Estou mal humorada desde ontem. Foi bem mais difícil encontrar um hostel aqui que em La Paz. Todos prometem água quente mas é bem difícil cumprirem com a promessa. O ruim de procurar é quando você está a pé e carregando 12kg nas costas e mais uns 2 nas mãos. Tive pena do David, carregando bem mais que eu. Teve um que eu já estava quase pelada pra tomar banho, aí a Danielle bate na porta e diz que não tinha água quente e, por isso, nao íamos ficar. Confesso que fiquei possessa, embora ela estivesse certa no tocante à água, já que nao dá pra ficar sem água quente por aqui. Conseguimos um hostel excelente. Nao só com água quente como com aquecedor e tv a cabo. Ganhou até do Hostal Elisa, em Cochabamba. Hostal Carlos V. Tava todo mundo estressado ontem. Tudo culpa da Aerosur filha da puta! Além disso, o povo de Cusco fica no meio da rua te abordando pra você contratar os serviços deles ou entrar no restaurante e comer. Eles são demasiadamente impertinentes. Essa técnica só afasta os clientes, uma vez que, por experiência própria, não escolhemos os serviços de quem nos encheu o saco. Enfim, jantamos num restaurante cujo dono é muito simpático e tinha um grupo de música local muito animado. Até cantei "Bésame mucho" com um dos cantores. Na verdade, todos cantavam. Isso atenuou os ânimos. Chegando ao hostel, comi uns pedaços do Toblerone gigante que comprei no aeroporto de La Paz e fiquei assistindo a um canal da Televisa, do México, vendo aqueles dramalhões que me fizeram aprender espanhol. Foi como na propaganda antiga do Toblerone: "hoje eu mereço um". Alguma coisa desse tipo...