domingo, 9 de agosto de 2009

De Fortaleza a Mossoró

1 comentários

Madrugada do dia 10/07... Tinha um garoto no voo que fazia muito barulho, bastante mimado, lá na frente. Porque, como dizem meus camaradas: nunca viaje da poltrona 20 para frente, pois você só vai encontrar criança e idoso. Já sem paciência, a Danielle impostou a voz e gritou para o menino calar a boca. Nós nos abaixamos, abafando o riso. Era a minha vez de gritar o meu cearense "deixa de 'zuada', menino!". Assim fiz. Dava para ver como as pessoas ficaram gratas por termos calado a boca do guri. E o voo seguia chacoalhando sem fim. Me deu fome. De madrugada, sinto fome demais. Nos serviram uns sanduíches naturais. Nossa, tava muito bom! A Danielle não quis o dela e eu acabei comendo dois. Era difícil dormir com aquilo balançando. Sem falar que sempre que eu tentava, passava alguém e batia em mim. Poxa! Os comissários passam com carrinhos e não batem na gente, aí, vem um filho da mãe sem nada e bate! Paciência! Quando desembarcamos em Fortaleza, fui ligar para minha mãe. Eram 03:30 do dia 10/07. Tudo o que eu queria é que ela me deixasse ficar na casa de uns primos, em Fortaleza, e evitar a BR 304, cheia de buracos e perigosíssima naquela hora. Adivinhem a resposta.. "Não". Daí nós brigamos e desliguei o telefone. Pronto, era a prova maior de que eu tinha voltado para a vida de clausura. Depois de toda essa odisseia para chegar ao Ceará, tomamos mais um táxi em direção a Mossoró-RN, na madrugada, mortos de tão cansados e sujos. Mais 4h de viagem numa estrada esburacada... Quando cheguei à minha casa, mal consegui me despedir do pessoal. Fui tomar banho e dormir. E esse é o fim da melhor viagem da minha vida.

sábado, 8 de agosto de 2009

Adios, Perú

0 comentários


09/07... Uma noite muito mal dormida... Acordei bem antes de o serviço de despertador do hotel me ligar. Já tinha deixado quase tudo pronto. Só tinha de tomar banho, me arrumar, guardar poucas coisas e olhar debaixo dos móveis para ver se não estava esquecendo nada. Nossa, como eu estava desanimada! Nem o pânico de avião me importou. Desci antes dos meus amigos e tomei café no restaurante. Vesti a mesma roupa com a qual fiz o voo Natal-São Paulo, a mesma que tinha vestido em Mossoró. Não que eu não sentisse saudade dos meus pais e da minha irmã. Não era isso... Era apenas aquela ausência de regras, obrigações, satisfações a dar etc. Era a tal liberdade. Eu não pensaria duas vezes se me deixassem ficar. Passei muito tempo para escrever estas palavras porque até hoje, um mês depois, eu não pensaria 1/2 vez se pudesse ter ficado lá. Todos os dias revivo tudo o que passei na Bolívia e no Peru. Todos os dias penso em voltar. Gastamos uns 40min do hotel até o Aeropuerto Internacional Jorge Chávez, e todo esse tempo eu passei dando adeus ao Peru. Devia ser um feitiço inca. A Danielle também ficou muito triste. Ninguém, na verdade, queria voltar. Quando chegamos, fomos fazer o check-in no guichê da TAM. Depois, a Danielle passou um tempo num cyber da Telefonica. Estávamos terminando de comer no McDonald's quando começaram a chamar pro embarque. Estava tão chateada que nem me importei com o free shop, nem para comprar um Toblerone. A Danielle e o David ainda compraram uma garrafa de pisco, uma bebida tradicional do Peru. O voo de Lima a São Paulo foi o mais agradável de todos da viagem. Nada de turbulência, um ótimo almoço, comissários excelentes, manta, máscara e plugs de ouvido. Não tenho nada de que reclamar. Desembarcamos em Guarulhos na hora estimada e fomos fazer umas compras no free shop de São Paulo. Não adiantava mais chorar, eu estava de volta ao Brasil e em mais umas horinhas, estaria de volta ao Nordeste. Comprei uns perfumes, uns hidratantes e um iPod. O David e a Danielle compraram tanta coisa que a gente sabia que ia dar um trabalho dos diabos pra embarcar, já que teriam de ser "bagagem de mão" se a gente quisesse que as coisas chegassem inteiras. A sorte é que eles ganharam uma bolsa da Calvin Klein e a gente conseguiu colocar uns litros dentro. Deviam ser umas 19:00 quando chegamos e devemos ter gastado outras 2 horas nas compras. Depois disso, fomos para a sala VIP do American Express, esperar o nosso voo. Lá, ficamos conversando e aproveitando o ótimo serviço de buffet. Tentamos usar os computadores mas eles não estavam abrindo as páginas direito, daí, desistimos. O nosso voo para Fortaleza era de meia-noite, tínhamos um tempo considerável para tentarmos nos entreter na sala. Algumas pessoas assistiam a tv, mas eu preferi me esparramar num sofá. O cansaço era grande. Tinha acordado muito cedo e no Peru são duas horas a menos, de um jeito ou de outro você sente um certo impacto. A sala fechava às 23:oo, bem a tempo de começarem a chamar pro embarque. Antes de entrar na sala de embarque, tomamos um susto quando o David disse que tinha perdido a carteira. A gente revirou umas coisas mas não havia sinal dela. Ele foi correndo até a sala VIP mas já estava totalmente fechada. Por D-us que a carteira estava dentro de uma das bolsas. Quando íamos entrar para embarcar, houve um problema na leitura do código de barra das passagens. Acho que porque devia estar apenas Lima-São Paulo. Mas a Danielle resolveu isso no guichê da TAM em dez minutos. A pior parte foi embarcar, porque desta vez não era através de ponte de embarque e, sim, pegando bus até a escada do avião. De lascar! Mais uma vez o David se superou no levantamento de peso e ainda subindo escadas! Quando finalmente sentamos, estávamos suados, cansados e tristes. Com tudo isso, ainda não consegui dormir. O voo inteiro foi de turbulência. Já sabia que ia ser assim...

Nos despedindo de Lima II

0 comentários


Continuando na noite do dia 08/07... Depois do Circuito Mágico del Agua, era hora de comer alguma coisa no Sheraton. Continuei na ótima companhia das peruanas e começamos a falar de Direito Constitucional. Perguntei se conheciam o Dr. Paulo Bonavides, o maior expoente da área no Brasil e no mundo. Daí, me fizeram conversar com o pai da Kathy pelo celular, pois ele, o juiz constitucional Gerardo Eto, sabia até que o Dr. Paulo Bonavides morava em Fortaleza e já tinha participado de uma homenagem feita para ele, no Peru. O homem era muito simpático e estava muito entusiasmado. Contei que era discípula do Dr. Paulo Lopo Saraiva, melhor amigo do Bonavides e que já tinha tido a honra de tê-lo no lançamento do nosso guia constitucional pela faculdade. Fiquei muito feliz por esse intercâmbio jurídico que não poderia ter sido mais prazeroso! Após o Sheraton, voltamos ao ônibus e pedi para sentar ao lado da Kathy, ao que ela disse sim. Ela me contou que ia fazer uma cirurgia no dia seguinte, nos olhos. A mãe dela não aguentou o frio e foi para a parte de baixo do bus. A Danielle estava morrendo de frio. A Kathy também demonstrava estar tremendo. O David e eu estávamos aguentando numa boa. Lima não podia ser mais fria que La Paz ou Cusco. A tia dela também era muito simpática e, como eu, estava doida para tomar uma Corona com limão desde que estávamos no Sheraton. O passeio estava sendo melhor do que eu poderia ter esperado. Tudo estava bem até que a tia da Kathy se virou e nos alertou para que nos abaixássemos. O ônibus passou por uns fios elétricos baixos demais e muita gente entrou em pânico, inclusive uma moça que preferiu se jogar no chão. A Kathy e eu estávamos tão entretidas na conversa que nos abaixamos sem criar caso. E só quando o ônibus parou e a guia subiu, apavorada, foi que percebemos que por pouco não tínhamos morrido todos eletrocutados. Mas que importava?! Era o fim da nossa viagem e tudo podia acontecer, inclusive nada! Quando chegamos ao final do passeio e descemos na Plaza Kennedy, a Kathy e eu trocamos email e ela queria que eu a acompanhasse em uma balada, mas lhe contei que era meu último dia em Lima e teria de acordar muito cedo para ir ao aeroporto. Nessa hora, as três me abraçaram e nos despedimos.

Nos despedindo de Lima

0 comentários


No dia 08/07, exatamente um mês atrás, acordei bastante depressiva e já era hora do almoço. Desci e comi no pequeno restaurante do hotel mesmo. Pedi um spaghetti e fiquei assustada com a quantidade que veio. Era demais até para quem estivesse com apetite. A Danielle e o David tinham saído para comer. Na volta, eles disseram que tinham batido muito na porta e eu não tinha ouvido. Dormi com os plugs de ouvido e com o rosto todo coberto, por isso não ouvi nada. Ou talvez, meu sono estivesse realmente muito pesado, e isso é raro. Minha tristeza era voltar para casa... Deixar aquela minha liberdade e independência e voltar para as rédeas da minha família conservadora. Sabe que nesse dia eu nem lembrei de feijão?! Independência e liberdade certamente eram o alimento de que minha alma precisava. Depois voltei para o quarto. Daí, o David e a Danielle, que tinham saído de novo, começaram a me ligar. "Llamada del Sr. David". Me chamaram para ir até a Plaza Kennedy, em Miraflores, para fazermos um tour num daqueles ônibus vermelhos e com assentos no teto. Primeiro, disse que não ia, que estava desanimada e praticamente sem soles. Mas eles acabaram me convencendo, depois de umas três ligações. Me pediram que os encontrasse na Starbucks em frente à Plaza Kennedy. Assim, fui tomar banho e me arrumar. Peguei um táxi e fui encontrá-los. Passamos um tempo na Starbucks e seguimos para a Plaza Kennedy, onde há uma feirinha de artesanato muito famosa, enquanto não chegava a hora de subir no bus. A hora chegou. Subimos e esperamos uma espécie de parada passar pela rua antes de darmos início ao tour. Encontramos uns brasileiros que tinham acabado de chegar a Lima. Nessa hora, meu coração doeu um pouquinho... Eles acabavam de chegar e eu ia embora no dia seguinte... Porém, era hora de aproveitar... Esse passeio dava direito a entrada no Circuito Mágico del Agua e um lanche no Sheraton Lima, além de conhecer a parte boa da cidade. Não tenho como reduzir a palavras toda aquela belíssima arquitetura presente em Lima. Não dá para descrever a influência italiana, francesa e o próprio trabalho dos peruanos na construção de palácios tão bonitos... Quando chegamos ao Circuito Mágico del Agua, tive de arranjar um par. Então, como a Danielle sempre dizia, eu não pude deixar de interagir! Fiz amizade com umas peruanas. E o melhor de tudo isso é que uma delas era advogada e casada com um magistrado do Tribunal Constitucional de lá, dessa forma, pude conversar sobre Direito com ela. Eram três, a advogada, uma irmã dela e a filha, chamada Kathy, estudante de Administração Hoteleira. Acabei fazendo o passeio do Circuito Mágico com elas, conversando sobre o Brasil e convidando-as para conhecer nossas praias. Enquanto conversávamos, conheci as fontes mais lindas que já vi na vida... Muitos tipos e com iluminações variadas... A mais engraçada de todas foi a do labirinto. Você tinha de chegar ao cerne sem se molhar e sem pular o caminho. O ruim é que constantemente você era surpreendido por um jato de água. A Danielle e o David foram. Eu fiquei do lado de fora, morrendo de rir com as minhas novas amigas...